opén de dór, surú de uindou

éramos estrangeiros balbuciando coisas quaisquers atravessávamos selvagerias sem sair do lugar víamos bléqui bãrdis e lá-lá-lá debaixo de uma árvore sombreira imaginária em que a marquise suja da pastelaria do chinês se metamorfoseava assistíamos um rosto branco e preto dos traços finos entrando num opala marrom rrróm-rrróm e ouvíamos percutir no pretume de uma escadaria encardida um salto alto alto-alto vermelho apressado só do outro lado da paisagem artificial onde a escuta se sofisticava é que escutávamos as uivadas das mulheres sereias desempregadas dos mares odisseus nos chamando éramos caubóis tropicais balbuciando coisas quaisquers mas nos tomavam por líderes mafiosos ou advogados criminalistas no fundo e na superfície só queríamos voltar pra dentro de nossas mulheres de onde sempre achamos desnecessário sair