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o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

quinta-feira, 25 de junho de 2009

TRECHOS CARTAS: Aqui não tenho bebido mais do que uma copa de vinho, não fumo maconha desde o dia em que te vi pela ultima vez e não tenho saído à noite. Só saí no sábado (no que cheguei) porque meu irmão me carregou pra casa de umas chilenas. Lá chegaram varias mulheres, todas chilenas e duas brasileiras, e só dois homens, um holandês e um francês. [...] E isso foi numa festa bizarra numa fábrica abandonada na mesma noite. Chegamos lá já eram quatro da matina. Eu tinha acabado de pisar em Barcelona, não dormia de verdade há dias – só uns cochilos aqui e ali. E na festa um bando de europeu de tudo quanto é lado – aqui as fronteiras se adensam e se diluem ao mesmo tempo. A música eletrônica batendo e não tendo como não dançar. As projeções super-tecnológicas com imagens ou de mulheres difusas num cubo colorido se movendo – meio que bjork berrando. Ou de bichos microcosmos verdes de efeitos especiais Discovery channel se movendo. Pensei em como esse lance de eletrorganico é o que tá dominando a mente pós-moderna hoje em dia. Pra não dizer que ta na moda. Porque ta pralém da moda. É o som, os filmes, instalações, comida, viver. A idéia de cosmos tecnológico, realidade virtual, pré-pós. A natureza e a máquina. Os micro-chips e as moléculas. Uma coisa assim Gaudí cidades-jardim, art-nouveaux na veia. Porque não tem nada mais high tech do que o som das focas se comunicando por debaixo de um gelo denso na Antártida. E isso eu vi nesse ultimo filme do Herzog – encuentros em El fin Del mundo. Nada mais geométrico do que a música dos astros, o subgrave, o mundo micro dos quartz e a nanotecnologia. Tudo fractal né... sem falar na onda do ayahuasca, do som indígena e do peyotl. (lucas - 11/11/08) As fronteiras são mesmo os lugares onde a concentração dos estratos é sempre maior, ao mesmo tempo que eles se diluem nas fronteiras com outros estratos. E o pior é que esses paradoxos não são estilísticos, né? Ou pelo menos não são forjados como meros elementos de estilo. Eletrorgânico é inconsciente maquínico. Cê conhece um tal de BT, um DJ. O Iuri que me mostrou. É do caralhãozão! Muito orgânico, incorporando aquelas panes do Windows coisa assim. A catástrofe iminente. E acho que o pânico da Guerra dos mundos na rádio ou ainda o tom apocalíptico do Baudrillard tem a ver com o adensamento das fronteiras entre o eletro e o orgânico, uma sacação às avessas. Claro que não quero detonar o Baudrillard, quem sou eu? Adoro ele, adoro mesmo, mas às vezes tem uma coisa de catástrofe que pode ser melhor positivada (cf. Deleuze). (fernando - 30/11/08) mistura de apocalipse com paraísos artificiais.

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