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[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

sábado, 28 de novembro de 2009

todo sobre johnny carter

- Bueno, oye: a mi también me gustaría hacer el amor todos los dias, eh, Bruno... Eso con aquél... no sé como llamarlo, pero... Pero eso nos dejaría cansados, a la vez que aburridos uno con la cara del otro y... y entonces nos alejaríamos sin haber dicho ni una sola palabra, sino la materializada "flujo".

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

EL SILENCIO DEL MAR.

y el silencio del mar, y el de su vida JOSÉ HIERRO
El silencio del mar brama un juicio infinito más concentrado que el de un cántaro más implacable que dos gotas ya acerque el horizonte o nos entregue la muerte azul de las medusas nuestras sospechas no lo dejan el mar escucha como un sordo es insensible como un dios y sobrevive a los sobrevivientes nunca sabré qué espero de él ni qué conjuro deja en mis tobillos pero cuando estos ojos se hartan de baldosas y esperan entre el llano y las colinas o en calles que se cierran en más calles entonces sí me siento náufrago y sólo el mar puede salvarme



53 geografias mario benedetti















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terça-feira, 24 de novembro de 2009

absolver (com algumas coisas de herberto helder) chama-se sexo a uma parte do corpo como se todo o corpo as mãos os pés a cabeça não fossem também sexo o pénis a vagina os testículos as maminhas são frágeis vulneráveis estão expostos à crueldade são flores ou musgos posso estar nua e ser casta não tenho nada de freira viciosa e devassa com todo a minha atenção toco-te dou-te os meus sentidos os meus sentimentos sinto muito ter estado muito contigo é uma coisa boa que melhora o mundo que o embeleza agradeço ter-te encontradfo e ter feito o que fiz contigo com a cabeça nas mãos e os olhos cheios de lágrimas sonho contigo comigo
retrato de adília quando moça

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

to become a woman,
the men of your life
must die.

PARATI

se te visto com meus olhos você diz que é errado, mesmo assim li teu texto, não com os olhos mas com a boca, pouco antes de por causa da falta, de mãe me doeu você ter me mandado embora daquela maneira mesmo que eu tenha engolido teu texto assim como hoje engulo este porque neste pensamos ao mesmo tempo no mesmo poeta percevejo das horas vadias vazias que se foram para sempre deixando para trás apenas meu resto e teu rastro na ferrugem da banheira que secava momentos durante os quais passeávamos juntos no parque e contávamos mentiras baixinho deitados sobre o lençol velho e fajuto, você vomitava gomos de cacau enquanto eu forjava seriedade castradora até que você me soprava música numa língua inventada pela minha orelha sem pensar em nada a não ser dois sendo um mesmo e andávamos sem as mãos dadas porque éramos fortes o suficiente ou pensávamos enquanto esquecíamos o quanto era injusto ficarmos juntos precisando tanto cada um de si mesmo enquanto olhávamos casais de braços dados, com seus semblantes tranqüilos e desesperados, e ríamos porque eles eram tão assustadoramente assustados quanto nós mas nós preferíamos ficar sozinhos juntos porque assim o susto dava mais frio no bucho cheio de barulhos quando deitava minha cabeça no teu estômago frágil e dormia e sonhava que estava sonhando um sonho rápido como a vida já que no fundo mesmo sonhando não era capaz de sonhar pois não sobrava o tempo que já tinha gasto pensando no que fazer contigo ali do meu lado sendo que eu estava tão longe que esquecia do sonho sonhado dentro do sonho, como disse uma vez Edgar Allan Poe com relação à ilusão vital dos homens, quando por fim eu acordava e percebia que o homem que era eu e que estava te vendo dormir ao meu lado no fundo era mais um sonho medonho dentro do sonho no sonho da vida porque de olhos abertos não era possível te ver dormir já que “fui embora, tenha uma boa tarde, para sempre” melhor que o sonho bom e portanto esquecido como nos esquecemos de repente de nos dar bom dia e os beijos mordiam a palidez dos rostos na forma de dias nublados que foram ficando maduros e duros e escuros porque afinal esperávamos pelo futuro sem tempo de perder tempo passado juntos porque afinal lá fora o mundo é curto e enorme e pode quem sabe te escolher como trunfo ou arrancar teu pé, mas tardes que agora tardam as tardes saíram do armário caro e, claro, não é do final do sol que se vive, como o sol que apagou quando pensei no mesmo poeta enquanto comia uma folha de alface, quem diria eu, comendo alface, mas não se preocupe porque o alface não tinha o sal que você pensou sem o sol na caneca debaixo do braço no momento em que pensei nos teus pés tortos perto da minha boca miúda medrosa engolindo pequenas pedras plantadas por cactos sem água quando lágrimas se ocupam da culpa por molhar a fronte falsa da tristeza e olhos púrpuras já não maquilam mais tuas certezas já que não são o bastante para manter a diferença próxima, mas tuas pupilas me lembro que as via da cor daquela rosa de plástico quebrada como as rosas que estavam no poema em que pensamos juntos, tão longe você de mim, tão para sempre ou talvez fosse apenas um ventre, sim, era mesmo um ventre preso por cordas e havia a palavra “lasso”, a ridícula palavra “lasso”, e talvez o poeta e o poema que eram teus apesar de meus – não fossem, os dois, escravos do oposto do posto que ocupas no meu intestino – fossem para outro projeto de pantufas lado a lado na beira da cama e é claro que isso importa mas não tanto a ponto de te perguntar por que aquelas rugas na testa do violão solista que corta notas enquanto escrevo no branco com o ponteiro das horas, “depois de ti não aprendi mais nada”, ainda espero ansiosamente por tuas curvas calamitosas, por mais que tua espera não seja por mim, por mais que tua lembrança tenha me reinventado no esquecimento, imagino porque estou vivo – ou isso é a morte? – mas se ainda consigo escrever quer dizer que talvez esteja mesmo morto pois só os mortos para a vida conseguem escrever sobre ela como um fantasma que vigia de cima dos telhados manchados da tua lembrança em tantas garrafas de vinho de mesa que misturado ao meu sangue ralo me faz passar vergonha quando lembro que você me negou uma só vez para sempre – coisa que nem Pedro fez com Cristo! – e disse em seguida para arrombar ferida que eu jamais seria capaz de amar alguém e, com toda razão, sem porém, jogou pela janela uma pomba branca depenada sem asas que até então atendia por “meu coração” e caiu bem perto de um homem negro de terno sem uma perna no ponto de ônibus das almas vagas como o poeta que no poema, momentaneamente, como num pesadelo disfarçado de sonho no som do sino pensou contigo e comigo através de mágica, e estamos tão longe um do outro e presos neste momento gruta em que o céu se me nega porque só vejo o erro do teu reflexo me dando língua e eu precisava tanto te dizer que não sei o que você precisa ouvir por isso digo tudo e não digo nada porque de fato sei da dificuldade de ser o mesmo quando as coisas não saem como queriam os outros que me diferem de mim mesmo e se eu pudesse estar em vários lugares ao mesmo tempo sem ser visto em nenhum lugar estaria agora te vendo escondido entre teus cabelos e tua nuca e teu cheiro avinagrado de coragem por mais que agora, enquanto escrevo esta bobagem pensando que pensamos juntos por um tempo no mesmo tempo do fim das horas do mesmo poeta e na mesma tristeza, por mais que essa tristeza já estivesse chumbada em mim desde o dia em que você veio e foi, por mais que tua mão na minha imagem seja não mais que mais tarde parte tua de mim do que antes cedo era nem meu mesmo ainda, mesmo assim gostei de saber que andas lendo coisas boas e que ainda pensas na morte da mesma forma carinhosa que eu.

domingo, 22 de novembro de 2009

querido desculpe de novo pelo embaralho sinto falta tb da minha poesia apesar de estar comigo 24h li o livro do fernando (muy experimental, algumas coisas legais, outras menos) depois escrevo com amor tb deixa um beijo na mary de amor tb tudo amor tudo azul assim é o tempo
queridos digam alguma coisa que eu sou péssima editora que eu estorei os prazos mas digam alguma coisa até mesmo se a série ficou melhor ou pior ahhhhhhhh
queridos, ontem conversei com um amigo que me sugeriu que as fotos cidade/deserto deveriam ser menos para o trabalho ser mais pontente... fiz uma nova seleção... o que vcs acham? (é difícil montar né?) beijos
querido desculpe intempestiva cansada ai essas coisas espero que abra (tá zipado, tem que deszipar...) segue em 1 e 2 pq não cabia tudo num só email! beijos
gente ainda achei gralha argh SEGUE A VERSÃO MESMO argh argh argh
queridos segue aqui o que acho que é o artigo corte final ez tô tão cansadaaaaaaaa argh! um beijo em vcs de sempre
gente revi super o ensaio llansol formatação etc passei o dia nisso pq me dei conta que transcrevo citações erradas (vivo distraída ou o quê???) então como estou muito cansada agora não vejo mais nada mando amanhã uma versão quientinha bem bonitinha do ensaio llansol peço desculpas mas puta merda escrever é foda FODA caralho e agradeço a compreensão generalizada e amor de vcs que aceitam meu novo texto ok? beijos e até amanhã
beibe vc nem me disse se curtiu os barcos pra vc e a mary? ahhhhh bez
material revista: biografia mapa (astral) auto retrato ---------------------------------------------------------------------------------------- imagens: voltando pra sampaulo, 1 (4 imagens) voltando pra sampaulo, 2 (3 imagens) baixar aqui http://www.sendspace.com/file/h9kbig - qual a semelhança entre uma cidade e o deserto? (17 imagens) baixar aqui http://www.sendspace.com/file/uvedf8 (gente, das fotos cidade/deserto, mudei todas para P/B, entrei numas hoje com o P/B e ficou assim, acho que assim é lindo) ------------------------------------------------------------------------------------------- de textos: CADERNOS DE VIAGEM: 1, conversas imaginárias (baixar aqui) http://www.sendspace.com/file/y7qlt9 leitura em descoberta: "texto, lugar que viaja", 2 movimentos na Obra de Maria Gabriela Llansol ------------------------------------------------------------------------------------------- GENTE ACHO QUE É ISSO SUERTE A NÓS QUE SOMOS LOUCOS E LOUCOS BEIJOS E DESCULPAS IMENSAS PELO PRAZO TARDIO ESTENDIDO PROMETO QUE DAQUI PRA FRENTE TUDO VAI SER DIFERENTE
meu bem estou aqui com tudo aberto fechando TUDO tá? qd o pessoal do ceará vem? vamos fazer na onda tb né... esperaaaa tô doida e cansada mas tá tudo quase lá ok? mando mais tarde à la noche ez p.s meu, saudade meu!
oi gente, passei o dia aqui com as conversas revendo tudo terminei mas não queria mandar porque quero ler amanhã com mais calma limpa e fresca ou mesmo terça (amanhã tenho uma reunião com minha orientadora) ok? qd mandar de vez mando junto o deriva e se pá todos os meus arquivos! pra não criar confusão ok? adoro a compreensão de todos vocês estou com saudades dos emails do íkaro que foi morar na montanha bez
gente, MUDEI A FOTO E O MAPA. agora estou nessa onda meio "mágica" e como não gostei dos mapas que mandei antes, mando o mapa astral sugerido pela francine, que encaixa nessa onda auto-retrato mágico! então segue: auto (novo) retrato mapa (astral) bio de imagens, segue: voltando pra sampaulo, 1 (4 imagens) voltando pra sampaulo, 2 (3 imagens) baixar aqui http://www.sendspace.com/file/h9kbig - qual a semelhança entre uma cidade e o deserto? (17 imagens) baixar aqui http://www.sendspace.com/file/uvedf8 (gente, das fotos cidade/deserto, mudei todas para P/B, entrei numas hoje com o P/B e ficou assim, acho que assim é lindo) de textos segue (revisto) deriva-llansol: "texto, lugar que viaja" falta, portanto, só o conversas imaginárias, 1 (eu vou tentar mandar amanhã... ok???) os títulos das trabalhos são esses em negrito, ok??? deriva-llansol: "texto, lugar que viaja" conversas imaginárias, 1 - qual a semelhança entre uma cidade e o deserto? voltando pra sampaulo, 1 voltando pra sampaulo, 2 acho que é isso deixo um beijo bem grande em vocês de obrigada pela paciência com a minha chegada lenta e me deixo disponível para ajudar no que for preciso! tô louca pra ir pro rio pro lançamento! hahaha
queridos é muito difícil realmente saber quando um trabalho acabou mas eu lancei essa pergunta quando eu estava ali na cozinha pensando em poemas de mar pra ver se encaixava no que estou escrevendo agora e não não, eu me disse, esses são de outro lugar não desse antes de ir pra cozinha viajei no espaço sideral do computador e entrei na revista era tanto tanto tanto que eu dizia, será que já acabou? adorei saber das novas boas da primavera francine sim sim eu volto em outubro um fim de semana no rio, revista alto astral? deixo um beijo nos 3 companheiros
uma vez assisti a um curso de um poeta que dizia estamos muito preocupados como nasce um poema mas às vezes é preciso olhar e pensar como termina um poema a história da sua trajetória até o fim e a chegada de outro começo, a publicação fiquei pensando nisso em relação à revista (imensa, um continente) qd ela chegará ao fim e começaremos a pensar no número 02? qd vou lá tenho as sensações embaralhadas onde começa o que aonde - começar por outra linha terminar uma coisa e sentir que outra começou desde aquela conversa com o íkaro na cozinha desenho mapa possibilidades já eram muitas como anda o processo de agilização do "encerramento" da revista? outubro no ar? vamos fechar o primeiro número e começar um segundo? tenho saudade da revista que ainda não veio ao ar sentir que o que fica de fora nessa cabe numa segunda vamos lá?
gente esse eu não valeu pq por mais que cada eu seja eu o EU é o padrão de tudo prata na água toda a onda da história so sorry, do it again if you want gata, o hotel de paris é paia mas hotel san sebastien tudo no www.hostelworld.com (books online) comer paris caro portugal médio eu sou estudante não sei se vcs são estudantes (comer em paris é mais caro que londres) cada refeição tipo 15 20 euros indo até 30 portugal de 5 a 15 varia do lugar bon voyage,
oi gente, só pra dizer que vou na segunda leva do correio quarta, tô cortando as letras doida doida ô comecei a fazer um esquema em fulano de tal, pra deixar o blog com infos variadas sobre os artistas e o EU http://projetoeu09.blogspot.com/ se vcs não gostaram do que tá lá a gente refaz o de vcs (eu gostei, pq fui eu quem escolheu) aos demais, podem escolher alguma coisa sua relacionada ao EU ou um genérico de arte incógnita que a gente possa ler nas entre-linhas: eu? que a gente publica tá andréa íkaro lucas flávia ananda marcela (eu gosto dos gatos!) mas se vc quiser algo de trad tá valendo beatriz eduardo jorge roberta renata danilo regiane Livro Livre (imagens!) laura palácio, o que o que? diga diga! ok? espero tudo com muito amor
oi gente reenvio os mapas/domicílio fiquei fazendo uns testes com inserção de outras grafias e achei mais bonito assim! estou em dúvida se mando os dos lugares afetivos (como moradas do coração) pq tb já acho que é coisa demais... meu portrait continua como auto-retrato em RGB ok? beijos em todos
a ÉRICA com o texto lindo sobre a llansol (publicamos ele, certo?) e as fotos lindas são paulo e cidade-deserto (as duas series entram). ok, já mandei as fotos etc... SAMPAULO E cidade-deserto e mandei tb as conversas imaginárias que fala de olhar pra um lugar estando em outro, de buenos aires para portugal... preciso só rever o português que já achei uns erros ou seja REENVIAR e se formos publicar meu ensaio sobre llansol queria tb rever a linguagem... ok? bez ps. vcs não acham que é muita coisa??? ou não???
acho ótima a idéia de tradução... sim sim sim (me leve sempre pela sua mão...) mas agora não tenho nada na cabeça estou entrando devagar pra dissertação pelo mafesolli e buscando mais bibliografia... vcs já pensaram num logo da revista? sabe, desde o começo eu vejo a revista (pode parecer cafona, mas é pra lançar idéias) feita de pedaços de letras recortadas coladas... R e v I s t a pra trazer a idéia material mas estar no virtual ao mesmo tempo... saiu a revista da pós da usp: http://www.fflch.usp.br/dlcv/revistas/desassossego/ mas a designer não soube executar direito e as pedras ficaram muito grandes e a idéia de pontos soltos se perde quando entramos nos menus... (mando só pra termos idéias... pq estive nesse processo imenso...) beijos beijos
mando as fotos sim espera um pedaço, a conversa era como heitor ferraz estou pensando muito nessa discussão pq na dissertação trabalho a deriva, tô no maffesoli vc diz mais? eu tenho um trecho de uma crítica legal de portugal... pq a llansol é o texto nômade... esse texto é antigo, de 2007... de alguma forma ele vai entrar retrabalhado na dissertação (aqui me lembro de Silvina Rodrigues Lopes, na Teoria da despossessão, que acrescentaria: “‘Perder-se’ é um topos da literatura mística dos sécs. XVI e XVII; a experiência mística perpetua-se nesse movimento, os livros enchem-se de peripécias, sinais e avisos que são o caminhar para o êxtase, os seus arredores: a abertura de caminhos, o contar dos caminhos do desencaminhamento.”[1]). [1] Lopes, 1988, p.25-26. gostei da parte do glossário pode ser um glossário de citação tb, de recriação.... não sei... lembra do antonio machado, caminante no hay camino se hace el camino... (mando um textinho antigo, que tinha escrito pro trabalho de uma artista... que criou um dominó/labirinto...) mando só por mandar... pra conversar pra pensar nos convites... pra essa edição chamei o heitor... pra próxima, vejamos... beijos beijos ez ps. vc fica até qd em madrid? francine, eu estou atrasada sim depois do dia 30 ok leitura e concentração... certo?
queridos lindos amigos queria escrever porque estou sentimental que agradeço ao ícaro e à minha cara de pau de ter conhecido o lucas na praça do ferreira e nós tomamos café e foi tão bom porque fizemos o círculo da praça que eu adoro e caminhamos e falamos sobre as palavras e à minha cara de pau que foi abraçada pelo ícaro quando me deu abrigo e me mostrou aquele filme lindo do win wnders na casa dele no rio de passagem o rio caminhando sempre caminhamos e continuamos nós no jardim botânico e aquela carta que nunca mandamos ícaro acordo do ônibus voltando era um dia tão bonito e a gente falando de montagem a gente passou na cobal? adoro a cobal do botafogo... mas antes de tudo foi o lamas cerveja e livros loucos e o árabe tinha o árabe e a gente escolhendo sapato sim lucas eu me decidi comprei a passagem pra paris vou caminhar e caminhar por lá sim sim sim se der sorte eu vejo uma exposição foda e valeu todos os euros na passagem da easyjet porque nos encontramos na silvio romero por acaso de passagem beijos em vcs obrigada pelo convite para entrar na roda adorei vcs sabem eu sou sentimental um beijo na bochecha de cada um
flávia, a revista está assim tem o lucas o ícaro a francine e eu e um monte de gente que entra como participação... na verdade a discussão é meio anarquista e todo mundo manda as coisas e tá rolando esse processo um boneco já tá nas mãos deles minha idéia é ficar como editora colaborando e sempre chamar alguém pra participar segundo o tema geral da revista... isso já propus e tá na roda... daí aquele email do lucas, vc recebeu? é como um editorial anúncio de tudo... desse primeiro número algumas pessoas já mandaram trabalhos (pq tinha aquela data, inclusive, de qd estávamos na argentina) que era uma data pra levar para uma editora eles levaram negociaram e tem uma editora é um projeto de site não está definido se nós vamos ficar com a editora ou não e talvez sempre será necessário por um pouco de grana o projeto é lindo é jovem é nervoso é ponte pro mundo e vontade de fazer coisas eu já me sinto parte e com vontade então ficou fechado que o 1º número é deriva, deslocamento, exílio etc... e os trabalhos giram em torno disso vc pode mandar o que quiser... a francine, num penúltimo email pensou numa seção trad., talvez fosse uma tb o lucas disse ok, vcs já podiam pensar em alguma coisa pra esse número nesse sentido e depois íamos dilogando devagar... (por exemplo se a gente fechasse traduzir algo pro 2º número) pelo que senti os trabalhos giram em torno de artes literatura (escrita, visual cinema) mais geralzão teórico é o texto do lucas que mesmo assim não é mas é... ele quer fazer um glossário eu sugeri de citações estamos discutindo é isso pegar o bonde andando e trazer idéias, ele disse mais um mês (pq já teve aquela data,,,) vc pensa e traz, qq coisa legal no mundo de idéias e vamos fazer pq isso é lindo e ótimoooooo viu? bez p.s gostei muito de conversar e tirar aquele silêncio de cima me desculpe se fui impertinente e te tirei do silêncio mas às vezes fazemos atitudes loucas pra fazer o outro reagir tb espero que o ceará seja lindo de força e luz e concentração e vá dissertar em buenos aires e deixar a marina pra lá.... hahahha
ontem falei com m no skype ela me filmou e eu mostrei minha janela que dá para uma pedra. você já foi a tigre? aquele filme que vc gosta com a voz do benedetti foi uma viagem a tigre. um dia inteiro dentro de um carro rodando pelo centro de buenos aires com três grarrafas de uiske dormimos num porto que tem uma ponte com hoteis de luxo ao redor... de manhã deixamos l no metro ele tinha que pegar um avião de volta ao rio. você vai casar?que coisa... eu fiquei ontem vendo suas coisas. acho tudo muito lindo fiquei com vontade de carar [sic] com vc. um beijo
morre um de meus latinos-mestres: Morre aos 88 anos o escritor uruguaio Mario Benedetti ---------- Forwarded message ---------- From: Mariana Kadlec Date: Mon, May 18, 2009 at 8:58 AM Subject: vc gostava desse escritor neh? To: milena sz.
antes, segunda-feira, acho: ao esmo tempo em que é do lado é muito longe as distâncias, definitivamente, não são geográficas desenharam no mapa só porque gostavam de desenhar mas isso não tem nada a ver ler na feira, de passagem "só porque sou metódico escrevo todos os dias de manhã em um dos cafés do meu bairro um poema uma história" aira pode rimar com aires variações de declinação se fosse em latim mas não a llansol diria que o inverno é seu método tudo é esse tempo suspenso de não saber quando já é um poema ou não porque continua ao poema porque continua o poema continua e esse tempo que desliza me dizendo: aqui é seu futuro sendo seu passado suena borges mas nao tempo cruzado de camadas olhar pra portugal é meu presente e estar aqui é meu futuro estou embaralhada olhar um desenho de há mais de 7 anos atrás (redundante de tempo) e saber que aquele rosto que repousa imberbe era dele e nao meu juntos, num mesmo rosto de mesmo nome já sem saber se eu ou se você quem nos encontraremos no fim do dia depois, repito jueves, reforçando o ju: aquilo não era um poema aquilo era um folha de caderno de realidades cruzadas de tempos de chegada mesmo um erro que faz de mesmo esmo... aquilo era o instante porque o poema no momento é um susto o poema mesmo vem depois, outro prazer depois de refazer esse gesto de repetir e de querer fixar o que nao se pode o poema é outra coisa e muitas vezes nessa outra coisa desisto talvez eu seja egoista em nao querer dividir com os outros o que descobri pq o poema é sempre uma partilha, uma armadilha de uma troca uma conversa mesmo que imaginária o poema é o que está fora não cabe não se escreve o poema experiencia outra coisa esse, como outros dilemas nao sao nunca vencidos o poema é um combate (pra puxar a llansol) talvez de linguagem diga eu junto com barthes e os loucos do sec xx que fizeram das palavras esse outro lugar árido sinceramente ando muito desconfiada do lexico que diz sobre o nosso tempo deserto, deserto bemvindos ao deserto do real? por que, necessariamente, precisamos usar palavras tão áridas pra ainda reiterar o dificil? por que tem de ser dificil? espero que por aí sempre bem aqui vivo uma felicidade sem nome donde experiencio a sensaçao de ser casada pela primeira vez abra a mesa: o amor chegou, coloque as taças o vinho, o pao, o amor chegou e sonho com uma fartura de peixes nos intervalos da llansol pq estou dissertando aqui caminho de uma livraria a outra olhando as vitrines e como nao estou nada na argentina, já disse, aqui é meu futuro olho pro edmond jabes, que há aqui, por acaso na vitrine da livraria na av de las heras, aquela do norte onde habito do lado esse livro de las preguntas cujo artigo mais bonito sobre li no derrida da escritura e diferença vês? nada de poetas novos só poetas velhos ainda o tempo é o passado só pra dizer que a palavra corre em outro lado longe definitivamente escrever nao está na literatura
beibe qd vc vem pra sampa, já sabe? combinemos, claro a revista eu quero super, claro me explica em três linhas que eu vou ler o email aos poucos ontem, no mercearia são pedro, comprei mario benedetti e lembrei de vc beijos no coração
me deu saudade do seu apto que lindo o blog tão ão ão ão íntimo feliz aniversário pra vc que passou escrevo cartas pra vc na memória espero que vc esteja bem eu estive naquela buenos aires é tão fascinante beijos em vc e no silvio romero do apto ótimo e da grande árvore que faz da sua vista sempre uma lindeza

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

tuas coxas,rios sem foz, as palavras são uma jaula a sete claves.o coração é uma palavra a sete chaves. auriculoventricular.clavicordial
PARA COMEÇAR A FALAR EM LÖIC (1) Para começar a falar em Löic preciso tornar atrás um tempo e ver o quanto passamos naquele lugar quen te e úmido onde ele construía seu iglú Löic devia apresentar mais um projeto para a banca examinadora ( eu também para a minha ) e nós tratá vamos de continuar brincando de engenheiros mirins apesar da falsa seriedade do caso As bancas eram fictícias assim como o cérebro dos jurados e o que mais atrapalhava era a seguran ça destinada a nos atender eu o havia conhecido no meio de uma festa de artis tas ou num dos escritórios da banca que nos havia convidado a preencher aquele espaço com 1000 dóla res de nossas ingenuidades ( casuais ) nos mantivemos firmes eu com meu piano e Löic com seu iglú, ele não era bretão nem desenhava menires no ar enquanto assoviava mas sabia subir rápido uma escada e havia me ensina do a andar de cabeça para baixo e a recortar mol des de gelo para o iglú , esse ficava no meio de uma planície perto da jamaica talvez , seus vizi nhos viviam numa horrenda construção preta quente e inabitável Löic havia ganho também uma espécie de terreno mura do como o meu mas quadrado , não havia lugar para fazer fogo por isso usava um grosso pullover não tinha nenhum rio e lá longe podia ver-se o lago O chão era duro como cimento e uma grande coluna branca servia para deixar seu cavalo mas dificulta va a escolha do lugar para o porto e a nave naufra gada Foi ele quem me mostrou o que fazer com o meio da espiral , foi ele quem fechou o piano e me fazia dormir cedo esquecendo a maioria das festas a que éramos convidados vários sacerdotes e carrascos nos viam juntos o que gerava uma certa inveja neles e nos deixava muito felizes , parávamos e comíamos nozes ou pedaços de provolone Quando meu terreno já estava plantado resolvi mudar para sua terra , no começo fiquei pelos cantos até que ele deixou que eu o ajudasse . O porto já tinha seu lugar fixo e as bases de uma nave estranha ( mu ndo ponte navio ) já estava ao largo do estuário seco . No meio deste tempo conhecemos uma pequena duende japonesa que riscava paredes chamando de aspirado res elefantes ou dinossauros àquilo que fazia gastamos 15 dias na construçãso do iglú os vulcões não foram acesos e meus livros foram roubados Como éramos gente do deserto , Löic e eu resolve mos subir até a montanha na cidade das casas anti gas , mais um quarto comprido e fino , nessa tarde achamos um patinho de vidro provavelmente de se colocar na frente de uma carro americano . Agora estou de volta nesse continente estranho cada cidade me mostra sua espécie de crise desde aquela com pilares no rio e seu novo gover no socialista . Passei também por aquela cidade luz onde o rio tem várias pontes e vários palácios che ios de guardas bravos que tem medo das bombas que seus superiores mandam colocar para espantar seus súditos e criar neles um espectro de racismo . passei pelas termas de uma civilização romana e cheguei até o lugar onde as pessoas põem o dinheiro em contas secretas , no meio de bêbados reacioná rios , vendedores de cobras de vidro e moedas estrangeiras, encontrei uma América do Sul com vulcões de lamparinas ( era um sinal , Löic est va ali ) e pela segunda vez íamos nos encontrar , eu tinha a missão de dizer a ele que seu caminho nessa terra tinha gerado frutos vermelhos e ouro e aos depositantes isso lhes aprazia e ele devia manter-se de olhos abertos para que algum maluco não acabasse vendendo as pontas das unhas que ele acabasse de cortar . Mas , meu amigo Löic , tu és teu bom dono e sabes manejar bem teu caiaque . e eu que só sei de meu piccolo pianoforte que te posso dizer? acho que deveria sim , dizer aos mais habituados que nós somos hippies e que gosta mos de garagens , nos custa suor fazer esses peque nos mundinhos e nos dão o prazer suficiente para aguentar vê-los troca dos por dólares ou cruzados de prata ou quem sabe dizer que somos cínicos ou ingênuos o bastante para manejar os arcos e chamar o falcão que nossos pais adestraram e fazem a nosso vigília . Mas se sairmos do campo da representação sabemos que os habituados também tem o seu ponto certo e talvez já tenham cruzado o ar mais que nós mas te digo também ( como Lawrence ) que nós vamos cruzar esse deserto e chegar a Akaba , lá começa a luta , a mais sangrenta . Será que mataremos também como loucos ou veremos e deixaremos os xerifes executarem os raptores das belas sabinas . volto para o Löic e lembro do riso que me deu assim que desci do trem . tínhamos palavras semelhantes para dizer e mais uma vez estávamos sobre a mesma ponte ou sob ela no mesmo rio , por isso não cumpri a missão de fazer dele um bom manager . Resolvemos esquecer que estávamos no concurso e fomos à praia construir um vulcão de areia . Löic era cristão tinha uma família e um aparta mento no meio de uma cidade barroca , era especiali sta em iglús e pontes metálicas , acho que rezava todos os dias e também sabia o nome de alguns san tos fizemos alguns passeios e ele sabia o vocabulário das árvores e das lojas de brinquedos falava com os tambores as focas e os aviões , me ensinou a língua dos aeromodelos e eu o ensinei a tocar piano e a gostar de comida árabe alguns podiam achar que era um moralista , mas nem todos podiam entender que um cara podia gostar apenas de fazer seus iglús e deixar que alguns sonhadores tratem de comercializar isto ou aquilo que ele deixou escapar o transatlântico blue blue way take me from here oh my baby I''m sure
o cheiro de cafe do fim da tarde - o mesmo cheiro da manha o por do sol hj foi de um amarelo selvagem, quase contrangedor de tão intenso tudo em amarillo me faz ver vc hj senti mais uma vez aquela sensação estranha na pele e pelo mais um dia o começo de uma noite que deverá ser branca o trabalho anuncia seu fim, antes mesmo que eu o espere e com ele anuncia tambémo o retorno ao refugio da montanha antes mesmo que vc espere já penso no jardim e no gosto de manga
Em russo o verbo ter não acontece no entendimento. Não tenho um amigo, não tenho uma mulher, não tenho estes sapatos ou este amor. Reciprocamente fazemos uma relação, acordamos estar em companhia, usufruímos dos benefícios desta plantação. Tão pouco o verbo ser se conjuga no presente. No momento em que escrevo já sou o que fui e também o que não escolhi; e ainda os presságios de tudo que ainda poderei e quererei optar. Aconteço como a precisão de uma decisão. O russo colapsa e dilata o meu ponto de vista ordinário e obviamente ocidentalizado. Lança o vínculo para o espaço do sentimento. As carapuças caem. Não há o que temer. A desistência perde sentido. Barateia-se. O blasé fica irrisório. Inútil. A distância interna relativa. A beleza dos ciclos jorra seus frutos: Pode-se ir até o final do mundo. Pode-se também não quere ir até lá. És o que sentes. És o que nós construímos. Somos a escolha deste vínculo, mas somos uma escolha. Podemos ser, então, e assim, se quisermos, esta ou uma aposta parturiente.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ele me chama de puta, de nojenta, diz que sou seu único amor, e é isso o que ele deve dizer e é isso que se diz quando se deixa o dizer acon- tecer, quando se deixa o corpo fazer e buscar e encotrar e tomar o que quer, e aí tudo é bom, não há restos, os restos são recobertos, tudo arrastado pela torrente, pela força do desejo. . . m.duras

domingo, 8 de novembro de 2009

Agora que decidi escrever sobre isso, ainda não estou certa se sobre isso, que sempre evito. Talvez eu precise de um amor apenas para ter algo leve-cortante para pensar enquanto olho pela janela do ônibus, a mesma paisagem... Agora estão sem graça as viagens. Penso em coisas sérias, e essas coisas exigem demais, não é agradável nem leve, ainda que cortante. Nada que rasgue nem de significativo para gravar nos outdoors. Tudo é breve e não pode ficar espalhado pela cidade. E claro que sinto falta, de tal forma que decidi e venho lhe pedir, querido, que fuja comigo.
Tenho um plano: Buenos Aires, você e eu. Não será difícil, cuidaremos cada um de arranjar um sustento. Faremos um ninhozinho, dessa vez teremos flores. Então eu sofrerei como desejo, como minha natureza pede, como me é vital. Você trará de novo a poesia. Eu voltarei a corroer-me cada vez que você sair as nove da manhã (mesmo que eu lhe apresse para isso, porque é importante que você não perca o emprego) e ficar tão atordoada passeando pela casa, até decidir dobrar cada uma de suas camisas e lhe possuir através disso. Depois, calada, mas ofendida, chorar porque você tarda e quando chega se interessa mais por um joguinho qualquer que por mim e, no fim, morrer tão deliciosamente nos seus braços, desesperadamente e de novo a cada lembrança. Agora mal lembro, meu bem. Lembro tão apagado, só os fatos, quase sem sensações. Preciso que me diga se vai, se vamos, se aceita. Como quando você estava com aquela tosse sem fim e eu não sabia mais o que fazer, pois sempre que muito me esforçava fazia alguma coisa errada, e sua tia, uma senhora tão doce, foi lhe salvar de mim e da tosse. Sua tia, que não me enganava nada com aquela candura e jeito de vovó, lhe tirou de mim. Eu chorei a noite toda, mas no dia seguinte, vesti uma roupa toda justa, um salto e pintei os olhos (eu sempre pintava os olhos e rosava as bochechas quando estava contigo) e fui lhe buscar de volta para meus descuidados. Você estava mimado, de meias, samba-canção, cachecol, vitamina e biscoito. Que me importava?, sem rodeios disse que você voltaria comigo e sem rodeios você obedeceu. Fez apenas um bilhete de desculpas, com sua letra linda e algumas mentiras. Então, escreve seus bilhetes de desculpas e vamos embora, porque quase não sinto mais sua falta.

O QUINTO DIA

Sobre o que for carregado, ser sobre o que fosse nada, rir e chorar desacordado, como o filho que não nasceu, olhar mais um tempo, negar o sórdido, esperar pelo vento, abraçar o sórdido, já que o vento não veio, pensar em cactos sedentos de areia, pensar em como os cactos são como nós mesmos, metáforas repartidas com uísque nacional, escutar a manhã de Grieg num antigo desenho animado, fazer carinho no próprio carro, uma charrete enguiçada, pensando numa antiga namorada, que desligou o telefone quando quase, sem ser convincente, você disse que a amava, e não somos convincentes, afinal mas precisamos, e duramos uma noite, e rimos para cima para que tudo escorra pelo rosto, ouvimos quem sabe os sons surdos dos banheiros públicos, uma certa ternura pelas meninas da Prado Júnior, sem conhecê-las ou falar de futebol para as meninas bocejarem, ser barbado e não ter idade, pensar em Ney Matogrosso com uma faca na Pizzaria Guanabara atrás do Cazuza, pensar naquela velha letra de música, de que muitos se envergonham, os meus amigos todos, i remember u well, u told me again, tonight i’m Kris Kristofferson, babe, gimme a head like nobody before, e as manhãs de abril em junho, a tua imagem congelada na porta do labirinto ou no ímã da geladeira, sou eu ali desaguando no teu ombro, desaguando feito criança sem mimo, fazendo xixi na cama sem poesia, despetalado no mal-me-quer, sublinhando frases em livros de amor: o amor será dar de presente um ao outro a própria solidão? Sou eu então não agüentando e escondendo velhos pactos debaixo do braço, a saudade que sinto quando estamos juntos e eu vejo nos teus olhos os restos do meu sorriso morto, sou eu enfim desaguando, é a estaca dos gestos, o quarto com a morrinha de uma amizade antiga feita há minutos para sempre sós, sou eu envergonhado sem ser músico te falando sobre a dificuldade de se fazer uma canção, uma cidade bonita finalmente, assim, sem música, no silêncio compassado de uma lembrança impressionista, uma vergonha bonita afinal, porque a cidade que sempre é feia de repente ficou bonita, de bochechas vermelhas, num risco de céu o avião que passa dizendo que os homens e mulheres vírgula, sou eu envergonhado pedindo perdão a todos os poetas que estavam ali quando não virei a cabeça, e antes de desligar ela disse sem me olhar nos olhos, porque afinal isso seria banal e óbvio, mas ela disse, ela disse e parecia uma frase já dita em algum lugar ainda pulsante, uma frase repetida de tantas despedidas sem lenço, de tantos abraços pela metade, de tantos socos na parede, coceiras incontroláveis, tremedeiras lúcidas, sim ela disse, ela disse eu vou embora, mas antes ela disse, ela disse eu não te amo nem você a mim, e ela disse isso sem olhar, porque olhar corrompe, ela disse você sabe falar, você fala sem parar, você fala amor amor amor amor, você chama o que te mata, você chegou atrasado, babe, você não sabe fumar cigarro kerouacamente, dia dos namorados e eu aqui pensando num antigo tema de Paganini, pensando no que me fez chorar estranhas lágrimas cor de sépia, pensando nela dizendo: você precisa desesperadamente de amor mas não ama ninguém. Mas há rosas vermelhas sobre a mesa, há um livro que nunca foi lido, aberto na página exata sobre a cama desfeita, há ainda o que serve para inventarmos presságios de aproximação com as pausas marcantes no fim do abraço que hesita, do beijo sonoro plágio de Sergio Sampaio dizendo: não ligue que a morte é certa, não chore que a morte é certa.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

carta de pai

Ainda que os sonhos mais impossíveis de serem sonhados, os mares e ventos os mais rebeldes, revoltos e tempestuosos, de todo o nosso mundo, e de outros que ainda vamos visitar, ainda que as galáxias colidam produzindo supernovas gerando estrelas de todos os brilhos, chega um momento em que, aqueles e aquelas que têm paixão pela vida( e pelo que fazem), precisam do RESPIRO começar a Falar... (lembra do Respiro do Youtube,,,) Vc minha querida, aliás, mais querida do que nunca, te admiro-te e te amo-te pra sempre. É que os meus átomos são os mesmos dos que foram produzidos pela explosão de uma supernova(!) no local onde vivo. Então, é pra sempre mesmo..eheh !!! Balançando na rede de sol nascente da Lica re,re... bjs pra vc de quem te adora.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

60 watts

“Esta mañana se me ocurrió que el nombre de la revista podría ser “60watts”…les explico: se supone que las ampolletas con esa potencia son aquellas que iluminan de manera más pobre las habitaciones. Las usan generalmente en los suburbios y barrios marginales porque son las más baratas. La idea que está involucrada es la de la precariedad: la literatura como un hacer marginal, una lucha por una luz que es escasa. No se trata de ser “marginal” porque sí, ni como una pose, sino de iluminar elementos de la literatura, la música, el arte que en general pasan desapercibidos. Por otro lado, las ampolletas de ese tipo forman parte de la “cultura” industrial de nuestros días, las encuentras en cualquier parte. Y una de las motivaciones por las que hemos querido armar esto es “insuflarle” al medio un aire más fresco, una mirada más viva, por eso es que vamos a integrar críticas de discos, de libros, de películas desde una perspectiva personal, “crónicas” donde nosotros estemos involucrados y haya una conexión con el entorno en que vivimos. No queremos que la revista sea simplemente una revisión de…”.

FILHO

o primeiro amor morreu.

por enquanto não temos

nenhum outro disponível,

mas, veja por este lado,

temos um campo submerso

de possibilidades débeis,

até mesmo os raríssimos

segundo, terceiro amor.

amor agonizante é pecado.

dar-lhe, portanto, um tiro

na cabeça – e só a morte

da carne entorpecida trará

de volta à pele os poros,

por onde suar novas regras.

e o que chamam paixão nua

pode ser você e eu, avante,

de novo dois desconhecidos,

dando a mão para atravessar

a grande rua difícil, sem ver

que o mais por debaixo fica,

leite para os sedentos lábios

da primeira morte madalena.

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