Pesquisar este blog

[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





para chegar até lá, siga a seta vermelha:

ctrl + c -> aeromancia.blogspot.com -> ctrl + v -> barra de endereços -> enter



érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Sexta-feira, 26 de Junho de 2009 crackup

(assistente de edição: I caro) Procurando por fotografias de quando fui loiro e tive pai estava descontrolado nervoso por saber que há menos de um mês estavam pousadas pronunciantes na cadeirinha branca, agora já estou atrasado para a companhia já procurei em todos os lugares bolas. Começo então a cogitar o absolutamente insólito, por entender que o mundo é bravamente minoritário e esperá-las no ralo do chuveiro, debaixo do armarinho de temperos e entre as antenas do televisor. Por fim adormeço no colchão C r a c k vupt, parece que ouvi um barulho debaixo do armarinho, mas não podem ser mais baratas, por deus que não! É antes como algo arranhando a madeira, de leve suave pouquinho só algo pequeno, mas já parou o barulho. Encosto os joelhos vestidos ladrilho morno cozinha com o vapor de ervas do chuveiro, colo as mãos e o rosto ao chão, respirando de breve aquela entrevista de mato do hemisfério norte, pensando então só um milissegundo em como as nossas casas não são nada tropicais, e daí olho por debaixo do armarinho de temperos, o único móvel da cozinha, abro os olhos olho para frente. Descobri hoje que o meu cachorro Toquinho, dado morto desde há onze anos com o diagnóstico de cinomose esteve vivo todo esse tempo escondido num buraco enorme de um azulejo todo solto por debaixo armarinho vivendo como não sei de que O seu pêlo está amarelo como os meus dedos talvez até mais cego feroz já não me ama. Postado por Camila às 17:55 0 comentários Quarta-feira, 17 de Junho de 2009 (projeto de vida para a lei rouanet) Sinopse decidir dói as costas mais fácil chover idéias opostas. Justificativa (máx. 3000 caracteres com espaços) Eu entendo hoje a vida segundo uma série de exercícios práticos, que se articulam sem resultados efetivos, de características insondáveis e caráter duvidoso. O exercício tão antigo de ser outro já não me basta eu tenho de ser to dos eu tenho de ter tu do eu tenho que sondar as já remotas possibilidades. Porque é tão difícil encontrar-te eu tenho de subsistir de formas inteiramente novas, o exercício de ouvir como um sabiá, de entender os números como uma criança, o de abrir as arcas como um moribundo. Essa lucidez de que me exercito just keeps me going. Eu, que por tantas vezes vacilei, que pela memória experimentei o horror, que pela minha feiúra experimentei a solidão dos coxos, hoje já não posso pensar em morrer como silvia ou como ana, não sem antes exercitar-me no ofício de um diminuído mestre kung-fu com os anos, metro e meio dos altíssimos picos nevados enevoados verdes flores picos chineses próprios ao kung-fu. silvia & ana, sisters in time, eu não entendo porque morreria ana senão por amor a silvia, ai é tão fácil sentir saudades de silvia sendo ana, tendo sido ana pressentindo ana. As duas acadêmicas incalculavelmente prodigiosas, eu que larguei a faculdade pelo exercício de botar-me sozinha todo o tempo como se daí necessariamente surgisse algo incrível tenho mais é de olhar-lhes o exemplo e pensar nele, veja bem, as duas escreviam nos intervalos dilatavam os intervalos com uma força imperiosa. Acho, contudo, que a mim não servem os intervalos. O meu corpo é grande e kapha dilatado em carnes, funciona quando quer, de modo que eu demoro um monte para realizar as tarefas mais simples, ponto para silvia porto paraná. A vida inteira é pouco (tempo) para a dimensão de minhas auréolas lunares, para os doces arcos da minha ousadia, pelo amor que tenho em admitir mudanças bruscas e sempre, e do meu amor por tu to do everything. Os anos passaram sem que eu tivesse atinado para esse simples modo, para o que tenho de jovem e de próprio, e fresco, mas eu não me ressinto mais de tê-los perdido, porque today i think of myself as blank sheet e eu tive que subir lá no alto muito alto tão tão alto e já não há como descer senão voando e não há como voar senão querendo. Bocejo. O mundo é todo muito risonho. Cochilo. Delícia. O meu ressentimento, a minha histeria descontrolável os meus espasmos o meu amor ferrenho falso amor para o Krishnamurti só fogo no rabo, esse amor possessivo ignóbil inegável, a minha carranca, a minha indisposição para acordar cedo e também o totem da marginália, as opiniões que defendo às lágrimas e sobre as quais secretamente me questiono ainda, tudo não passa do meu só meu de tu do exercício de subjetividade histriônica vista pelos redondos olhos de uma cobra-cega. Por entender que no fundo a vida é bonachona e belíssima, coisa que só os meus amigos mesmo meus amigos digeridos testados aprovados exaustos exaustivamente beijados repetidamente amigos, as ternuras de meus lábios me ouvem dizer, bem-querer a porra toda. Mas as palavras de verdade são sempre feitas para preencher silêncios (óia o HEIDEGGER, cartalografria biblioginecológica ao melhor gosto de silviana p.261) é por isso que eu digo, bobinho, que a vida é uma merda (mas bem juntinho bem pertinho aqui de mim eu pisco um olho e durmo em paz). Tratamento anti-concepcional To make better use of your life keep smiling, beije e fascine, seja leve loira lute. Eu tenho medo, ó silvia, ó ana, de não suportar as terríveis experiências que me têm aturdido e é por isso que os carinhos serão sinceros, livres, desimpedidos. Tomara mesmo viver até os três mile dois, mais de trinta eu quero sim para conhecer a alegria suave de saber lidar com gente e bichos, para jamais ser de novo confundida por tão nova, por curiosidade até, por que será que será e pelo óbvio de que será o que será e ponto. Me resolvo, hoje ó p.4 de abril num exercício ininvalidável de doçura na extinção da frieza e da apatia, um compromisso em ser gente boa. Será que eu me esqueci de alguma coisa? Postado por Camila às 06:50 2 comentários Terça-feira, 16 de Junho de 2009 (padrecito) aluga-se tratar com pamonha gasolina gás injeção 45km para, capas p/ sofá, peças para automóvel PARE PARA automóvel peças para automóvel no posto de gasolina o cheiro de esterco comida e queimado, me deixam fazer a minha primeira ligação enquanto os meninos sentam no balcão para ver a novela das seis, oh my god. Eu não tenho para quem ligar nem o que dizer, eu sento no balcão também de mãos atadas e ninguém olha para mim. Estou feio e sujo, tão sujo, sou só sebo a pele começa a se soltar dos ombros a virilha coça o rosto brilha o fedor de dias eu ostento como uma digna novidade a todos os novatos que têm a idéia de me falar (“tão magro, pobre! quer um pão? te pago um pão amigo, pão e café” “sou magro de triste” “arruma ocupação pensa em ti” “sou magro há tempos” “não há dia que não seja belo! vem que te pago um pão!” “sou magro de família”). Pela lei da fome pela lei do homem nunca mais vou ver my baby e me enviam de carreta ao coração das trevas. Para cada vez que penso cada mísero detalhe que me ocorre a cada um e são demais eu arranco um fio de cabelo, para cada vez que penso em (mendigo cabeludo não faz carreira). Eu atiro a cabeça na janela do camburão e sonho com as mocinhas da beira da estrada, com seus pescocinhos queimados com suas saias de malha, debaixo de anúncios e placas me olham com medo, estou só de passagem. São tantos os dias é impossível pensar nesse calor as minhas mãos atadas por deus, tudo que eu peço é de volta a graça do tédio, de que me privou o crime. As horas vagas do campo cerrado o carro sobe e desce veraneio velha, meus olhos não abrem é impossível pensar com tanto sol, veraneio velha, eu arranco um fio de cabelo com o dedo mindinho da mão atada à outra e bato com o cocuruto no teto, veraneio. São tantas as horas, o castigo é mordaz, de olho apertado o bigode coçando o cheiro de pólvora do calibre do inimigo, a fumaça que sai do cano do carona tem o meu signo e a minha bênção, e para cada preá morto de jogo por meus capatazes eu tenho de arrancar mais de vinte cabelos. Nunca tive paciência para bichos nem para crianças, sou taurino do dia dez, gosto do cigarro Hilton e meu deus, o sol depôs a minha retina queimada o olho vermelho duro seco eu vejo tão pouco um único ponto embaçado onde decodifico as cores do céu e dos anúncios da estrada, deste céu estrangeiro que não ilumina my baby. Eu me descolei da vida como uma cigarra que abandona o esqueleto. Atirado na terra, a garganta e os ouvidos cheios de terra, eu ouço os sons da velha casa, as mãos cravadas no chão eu sinto entre os dedos as formas domésticas, do seu corpo estragado seu corpo viril corpo sem qualidades. As gargalhadas dos velhos, saídas de entranhas tradicionais e ariscas, de entranhas que nunca viram a luz resistem há tento sem qualquer retorno efetivo, as gargalhadas cessam com o tempo mas eu jamais voltarei (a vê-la). Caído no chão o único argumento é o pulso insistente das minhas próprias entranhas, estas sim ansiosas pelo dia e pelo mundo, de tanto me ouvirem ruminar as suas maravilhas, pobres não sabem que este mundo não é mais o mundo de my baby. Jogado na terra, à margem da metrópole eu compro seu carro compro ouro pamonha gasolina capas p/ sofá trago de volta a pessoa amada amanhã em 3 dias em 3 dias 33 dias 3 dias 333 jogado na terra não há onde ir de que se riem os desdentados? Eu não entendo nada eu entendo tão pouco eu venho de longe eu sou magro gosto do cigarro Hilton eu solto pipa na rua de terra, eu mesmo desdentado só choro durmo evacuo como poucos, o seu útero quente é vácuo, brilhante auréola morada predileta faz tanto tempo e eu arranco um fio de cabelo. Eu chego assim em corpo aos subterrâneos me aguardam as cigarras debaixo da terra, no frescor da terra, pela hora de voar, eu me torno mais feliz quando retorno (mas para que, mas para onde?). Postado por Camila às 03:44 1 comentários Marcadores: livro, mimi e pompom Assinar: Postagens (Atom)

Arquivo