presta atenção nisso:
"Já não olho nos olhos da mulher que tenho em meus braços,mas os atravesso a nado, cabeça, braços e pernas por inteiro, e vejo que por detrás das órbitas desses olhos se estende um mundo inexplorado , mundo das coisas futuras, e desse mundo qualquer lógica está ausente... O olho, liberado de si, não revela nem ilumina mais, ele corre ao longo da linha do horizonte, viajante eterno e privado de informações... Eu quebrei o muro que o nascimento cria, e o traçado de minha viagem é curvo e fechado, sem ruptura... Meu corpo inteiro deve tornar-se raio perpétuo de luz cada vez maior... Selo, então, meus ouvidos, meus olhos, meus lábios. Antes de me tornar novamente homem, é provável que existirei como parque...
Henry Miller. Tropique du capricorne. Chêne, p. 177.
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Em seu rosto e em seus olhos sempre se vê seu segredo. Perca o rosto. Torne-se capaz de amar sem lembrança, sem fantasia e sem interpretação, sem fazer o balanço. Que haja apenas fluxos, que ora secam, ora congelam ou transbordam, ora se conjugam ou se afastam Um homem e uma mulher são fluxos. Todos os devires que há no fazer amor, todos os sexos, os n sexos em um único ou em dois, e que nada têm a ver com a castração. Sobre as linhas de fuga, só pode haver uma coisa, a experimentação-vida. Nunca se sabe de antemão
, pois já não se tem nem futuro nem passado. "Eu sou assim", acabou tudo isso. Já não há fantasia, mas apenas programas de vida, sempre modificados à medida que se fazem, traídos à medida que se pois já não se tem nem futuro nem passado. "Eu sou assim", acabou tudo isso. Já não há fantasia, mas apenas programas de vida, sempre modificados à medida que se fazem, traídos à medida que se aprofundam, como riachos que desfilam ou canais que se distribuem para que corra um fluxo. Já não há senão explorações onde se encontra sempre no oeste o que se pensava estar no leste, órgãos invertidos.
Diálogos com Claire Parnet, Gilles Deleuze
pronto
tudo está dito