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[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

quinta-feira, 25 de junho de 2009

coloca a câmera em um ângulo específico e imutável em cada ambiente, estabelecendo para si uma direção rígida e de mínimas variações, com um caráter monástico e obsessivamente depurado de “encenação” (se a palavra ainda tem sentido aqui). Instala os atores diante dessa câmera fixa, que se mantém quase constantemente “olhando para cima”, com uma inclinação e uma angulação raríssimas, e, sem cortar, evitando a decupagem interna das seqüências (como no primeiro cinema, como em alguns filmes de João César Monteiro, como em momentos de Manoel de Oliveira), filma os corpos estáticos ou as conversas recitadas de atores-personagens (atores com nomes de personagens, com biografias próximas). Simples assim. Complexo à beça. E ainda uma semente para reflexões posteriores sobre essa opção dos principais cineastas portugueses por um olhar fixo, que não se move, que observa as pequenas ações sem correr atrás de quem as protagoniza, sem ficar com o olho percorrendo os espaços para assumir um ponto de vista firme, fixo, preso a um lugar onde se escolheu ficar para ver a cena.

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