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[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

quinta-feira, 25 de junho de 2009

o que tô na cabeça é a relação entre o mago e o poeta, coisa do cortázar, que antes era coisa do levy-bruhl. e esse poeta de que falo (já traindo (?) cortázar) é o poeta a la tarkovsky, que vai lá atrás: poiesis, potência criativa, sei lá, sendo poeta todo aquele que cria, e não aquele que faz poemas (definição triste de raquítica). pois então: o eliade diz que todo xamã é mago, mas nem todo mago é xamã. o que isso importa aqui? não sei, mas na iniciação dos xamãs, assim como nos ritos iniciático em geral, a errância é bem frequente: aquiles perceval édipo são cristovão santo agostinho todo mundo errou por algum tempo antes de efetivar a conversão (efetivar parece coisa de emprego). errar é entrar em contato com a alteridade (gostou da sacada, né), conhecê-la, reconhecê-la, mesmo que seja um espectro. a partir do momento em que você cria uma certa intimidade com o outro, você se torna um intermediário entre o mundo conhecido e o desconhecido, entre o atual e o virtual, que em última instância é o dos vivos e o dos mortos. o xamã é um intermediário convocado em momentos de crise. diz-se que que a literatura trabalha com o que há de virtualizado nos sistemas de sentido (wolfgang iser), e a crise é um momento propício para tudo que tá virtualizado venha à tona, pra que o inconsciente se abra um pouco mais. o que se alcança depois é algo que se não é a ubiquidade dissolvente, tem ela como horizonte. daí a imprecisão positiva e necessária da obra poética, a necessidade da obra poética, seja filme, obturador, escova (nesse caso a pode ser mais complicada), a necessidade da criação, e da errância como condição sine qua non. a necessidade da mistureba, que às vezes parece um adorno pra obras excêntricas, mas não é, é mais. bom beijos

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