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[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Beijos lâmbidos nos seus astrolábios

Querido, escolhi alguns textos que podem combinar com as primeiras viagens da revista, encaminhe os que você mais gostar e então me diga: onde há flor que cipreste? Diz à estrada Que o meu destino É o desatino Dessa desastrada VIAJANDO Um pouco de fumaça na paisagem Eu diluída entre o que fui E o que serei. Um risco de sonho equilibra os pensamentos Algumas idéias fogem Por medo de se tornarem Reais. Sou o caminho e o caminhante Pedras e gentes saem De mim. São meus desejos E suas permissões de existir Enquanto ignoro os outdoors E o troco. -Diabo! Esqueci o troco! S.O.SP Ela fala da cidade, e das suas necessidades. Falácias da velocidade, nas artérias de um coração que só bombeia sangue artificial cor-de-verde-quando-foge, chuvácida-nas-cara-pálidas, viciadas! Em trabalho e outras drogas, tecnologia, relógicos, crack, concreto, concreto... Fuguere prum abstrato! Vam'orá debaixo dum pédimanga floriiindo de brincos doces, cheio de pios nos ninhos, muito verde pero it is not dollar american friends, dinner, jungle, toalete, quando a magafagafa pia, piam os cinco ma-ga-fa-ga-fi-nhos! Se até a língua, parente consanguínea da serpente hedônica, pode ser adestrada, os carros nas avenidas, orquestrados por loucos semáforos, também podem ser impelidos para o mar! E ficarão lindos encalhados feito baleias jubarte, com seus 1200 cavalos enferrujados em combate, mudos e obsoletos, enquanto as gaivotas pacíficas nos levam até o verão... DE DINÁ PARA DINÁ Querida Diná, minha amiga de todas as horas e auroras, suplico que não se demore. E acaso se demore, tantos dias passe fora, não esqueça de me lembrar. Ainda que não me escreva, por tanta coisa que veja, procure às vezes se olhar. Num lago, ou espelho, ou nos olhos alheios, confira se é você que ainda está lá. E quando pisar noutras terras vê e sente e cheira, descobre com a língua o sabor da poeira e não se importe em trazê-la consigo, ainda que seja para me mostrar- que cada povo permaneça com o que lhe é do lugar. Despreocupa o pensamento das lembranças, só assim será fresco o olhar. Não estanque as horas, nem queira prendê-la entre os dentes, deixe que escorra o tempo, sobre ele se deite, deleite, mas não... Ah, Diná! Quantas tolices te recomendo, eu que estarei aqui a espreitar, oferecerei minhas histórias às traças, esperando que gargalhem à tua maneira, que besteira! Te desejo os melhores amigos, mas nenhum como eu. Os melhores lugares, as paisagens mais abundantes e que te façam delirar, mas que não te comovam por mais de uma temporada, minha bondade às vezes é um pouco má e quase ordeno, desejo com tripas e unhas o seu fastio, o que sempre falta em qualquer e em todo lugar, e então você pense em voltar. Estarei onde estou agora, presa num retrato ao lado dos teus poemas, esperando que viva e que volte em carne-viva pra mim, sua outra Diná.

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