Pesquisar este blog

[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





para chegar até lá, siga a seta vermelha:

ctrl + c -> aeromancia.blogspot.com -> ctrl + v -> barra de endereços -> enter



érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

quinta-feira, 25 de junho de 2009

pg. 26, ardente texto joshua, llansol “vejo-a adormecer, o fulgor passar entre as palavras espalhando-as como pó, nos gestos reflexos que ainda desenha não é nítido se está caminhando ou tomou um barco apenas o movimento brilha como o discípulo amado, reclina a cabeça no ombro de um homem de que não vê o rosto e, no centro do que a faz sofrer - e nunca se saberá o que era - , cria-se, através da divagação certa daquele corpo sobre as ondas, um anel indestrutível de afecto filial com o desconhecido. Eu via, porque ela via, as ondas brancas impelirem aquela viagem -, embora ao lado do primeiro (amado) corresse um vulto que não era o amado. Demorei a perceber que era o texto Joshua, correndo decidido a apreender o momento em que aquele corpo se entregaria por puro amor ao desconhecido. É que ela não tocava, nem olhava, entregue a quem a cumulara nos seus braços, e, subitamente, deu-se um facto estranho – o texto tornara-se absolutamente cegante, ouve-se o estalo seco de um intenso flash e, subitamente, apagou-se a fogueira do escrever conforme e gramatical, e a que Teresa surge iconografada, sentada numa cadeira, à beira de uma cama coberta por uma colcha branca, com os pés descalços sobre o solo de um quarto, olhando apenas a objectiva do texto Joshua, não reparando sequer que está nua – ou dada; desce do movimento, no ancoradouro do rio, e penetra no claustro tinha um quarto cheio de luz… "

Arquivo