pg. 26, ardente texto joshua, llansol
“vejo-a adormecer, o fulgor passar entre as palavras espalhando-as como pó,
nos gestos reflexos que ainda desenha não é nítido se está caminhando ou tomou um barco
apenas o movimento brilha
como o discípulo amado, reclina a cabeça no ombro de um
homem de que não vê o rosto e, no centro do que a faz sofrer
- e nunca se saberá o que era - , cria-se,
através da divagação certa daquele corpo sobre as ondas,
um anel indestrutível de afecto filial com o desconhecido. Eu
via, porque ela via, as ondas brancas impelirem aquela viagem -,
embora ao lado do primeiro (amado) corresse um vulto
que não era o amado. Demorei a perceber que era o texto Joshua, correndo decidido a apreender o momento em que aquele corpo se entregaria por puro amor ao desconhecido. É que ela não tocava, nem olhava,
entregue a quem a cumulara nos seus braços,
e, subitamente, deu-se um facto estranho – o texto tornara-se absolutamente cegante,
ouve-se o estalo seco de um intenso flash
e, subitamente, apagou-se a fogueira do escrever conforme e gramatical,
e a que Teresa
surge iconografada, sentada numa cadeira, à beira de uma cama coberta por uma colcha branca, com os pés descalços sobre o solo de um quarto, olhando apenas a objectiva do texto Joshua, não reparando sequer que está nua – ou dada; desce do movimento, no ancoradouro do rio,
e penetra no claustro tinha um quarto cheio de luz… "