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o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

sábado, 8 de agosto de 2009

DECOLANDO - DESPEGANDO - CAINDO

Eu ainda vou morrer num avião (como se fosse capaz de morrer várias vezes). Eu tenho medo dessa merda. Principalmente quando é pequeno, quando voa de Fortaleza a São Paulo, quando está cheio de pessoas inocentes (quando vejo empresários me sinto mais seguro). Conhecia duas pessoas que estavam no acidente da Airfrance. Acidente... essa palavra não dá conta.

 

Mudança de vôo, avião desaparecido no Atlântico, Michael Jackson morto aos 50, encontro com Luanne no aeroporto, tudo indica que hoje é o meu dia.  Busco sinais da minha queda. Como Anecy Rocha na Lira do Delírio. Dá pra ver que ela ia morrer no fosso daquele elevador.

 

Estou rodeado de acidentes. O avião da TAM em Congonhas, o buraco do metrô em Pinheiros, o avião que não conseguiu decolar em Barajas, a queda no oceano. 162 + 7 + 159 + 228. Um total de 556 mortos. Numero cabalístico (7). Tenho que parar de fumar maconha.

 

O avião decola. As subidas e descidas antes de estabilizar o vôo. As noites mal dormidas. Sempre que enfrento uma turbulência juro que nunca mais vou voar. Depois de aterrissar esqueço.

 

Uma americana linda do meu lado. Sento e ela sorri pra mim. Tem cara de sueca. Impressionante como os americanos são diferentes dos ingleses. Mais nórdicos do que os ingleses. São da Irlanda, da Islândia, da Suécia, da Suíça. São mais “puros” .

 

É sempre uma experiência interessante observar alguém dormindo. Principalmente quando é uma mulher desconhecida. Os japoneses e o negão de trás de mim me observam observando a americana dormindo. Arregalados.

 

Vontade de comer essa gringa aqui mesmo. Meto a minha mão na sua buceta por sobre a calça jeans (azul escuro). Depois meto a sua cabeça no meu pau. Abaixo as calças dela, tiro a sua blusa (como uma boneca, é raspada). E como o seu cú no meio do corredor do avião, entre os japoneses, que olham sem sacar fotos (impressionante), e os espanhóis que aplaudem.

O avião é um grande falo voador.

 

Ela está dormindo ao meu lado enquanto escrevo isso nas primeiras e últimas páginas do livro do K Dick (A scanner darkly). Melhor fazer silêncio.

 

Depois o negão do assento de trás se levanta, o mesmo negão que não me deixou rebaixar o meu assento (ele é grande demais), ele se levanta com o pau na mão e enfia na boca dela. Eu sorrio pro meu companheiro.

 

Ela desperta. O vôo começa a descer. Vamos cair em Paris. Eu devolvo a sua caneta. Ela sorri.

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