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[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

souvenir

ainda ontem, fazendo a visita costumeira à barraca da Lílian, me deparei com um achado especial. tudo bem que a barraca dela é repleta de tesouros e achados especiais, mas esse realmente me chamou atenção. me namorou... abri sua capa de celulose e tecido, folheei suas páginas de bordas douradas(como ñ se fazem mais), li seus pensamentos e poemas. vi suas fotos, e em uns 15 minutos já sabia de sua vida. ou imaginava saber, pelo que tinha em mãos. a feira da Praça XV é muito mais que uma feira. é um museu à céu aberto, o museu da intimidade e história alheia...um grande mercado de memórias(materiais)descartadas. uma fonte de poesia urbana, de ontem e de hoje. e toda vez que percorro meu olhar sobre todas as miúdezas e grandezas que compõem esse cenário confuso, sempre me vêm a sensação - ou talvez desejo contido - de que vou encontrar alguma memória minha lá. no fundo, alimento uma esperança estéril e surreal de que vou encontrar todos os objetos que um dia me pertenceram, que se perderam, e que ainda me são caros. porque me lembro deles. permaneceram na lembrança, como memória. de que no meio de tudo aquilo vou achar o pingente perdido que meu primeiro amor me deu. ou o lenço de minha avó que foi roubado. ou a foto de algum antepassado que desconheço ou que não me lembro...se não me lembro, não é mais memória, nem mais me pertence.
17 de maio de 2009.

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