toda vez calculo a hora em que cada um de nós acorda e começa a escrever, porque é muito díspar. o ícaro continua acordando antes de mim, mesmo com 5 horas de desvantagem. a érica é sempre a primeira. a fran não sei se escreve quando acorda ou se dorme ou não sei.
Astrolábio - instrumento naval antigo, um grande círculo por cujo interior corria uma régua, usado para medir a altura dos astros acima do horizonte. Seu difícil manejo requeria um curso em matemáticas astronômicas e exigia a participação de duas pessoas: um homem suspendia o astrolábio na altura dos olhos, alinhando a régua com o sol, enquanto outro lia os graus marcados no círculo.
Isso ao mar, mesmo à noite, enquanto o barco, conhecido como caravela, deslocava-se em movimento transatlântico.
Em português, a conjunção do astro com o lábio forma um jogo sensual de palavras: astro-lábio, pelo início da boca, superfície de contato, abrimos o antigo instrumento de navegação, numa correspondência entre mundos contíguos – os vários pontos luminosos no google earth são agora os nossos astros, nossos bites siderais.
Como então mesurar a altura dos astros por sobre um novo horizonte, o digital, quando “A morada do ser/ - ó poeta! - / é hoje o mundo/ eletrônico-virtual”?
revista astro-lábio, sem coordenadas previsíveis, traça rotas – diferentesplanos a cada nova edição: cada número circula um tema, onde, ao redor dele, desenhamos pontos de encontro, uma linha que une e recria inúmeros caminhospossíveis.
O número #01 faz transitar a errância, o exílio, o deslocamento, a deriva, a epístola, a correspondência, os mapas, as viagens, o atlas, o road movie, e assim por diante ad aeternum.