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[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

tirando a roupa

Lo bue si brev dos vezes bue.
 
Faaaaaala Compañero,
 
Tanto tempo sem saber de ti por ti.
Sempre sei de ti sem ti.
 
A minha poesia e sempre brega. O que tem dentro é isso.
 
Adoro tuas crônicas . Secas , secas que quebram os lábios de sequidão. Isto sempre me coloca no tempo imediato, acredito eu que a minha maneira de sentir  no mundo de maneira direta é em esses espaços de Antonioni.
No existe coisa mais in-necessária na vida que o artificioso decorado, barrar o Tempo....obstinada pretensão Platônica .
Bill Viola .... a melhor imagem tempo. 
Tantas vezes a gente falou .....  simplesmente ficamos calados vendo as imagens passar , estas em mais silencio.
A escura Bahia da Guanabara, o Trem para Xerem..... A Ponte.... A Terra de Sta. Catarina Do Progresso coberta com a soja esverdeando.....poucos dias.... a seca terra de Nossa Sra. Sta. Catarina Do Deserto, sendo soprada pelos ventos em redemoinhos atravessados de sol, novamente ..... seco.
O Metrô, o Borgeano metrô que fica perdido no labirinto da cidade indecifrável, Os loucos apaixonados pelas belas e indecifráveis princesas.
Meu grande Keris, penso no absoluto exercício da liberdade do Corpo, em Sexos mentiras e Vídeo tape. Esta maneira de viver o se começa "desde temprano", o nos complicamos numa teia de aranha de razões.
Quero ficar envolvido na treia de teias de linhas dos desenhos sobre o grosso Canson, Tal vez caminhando deixe as malas pesadas de consciência. Vou c/v mais. Gosto de Dibujar Y Dibujar. Uma dança... As mãos se libertam da mirada????..... O desacordo das faculdades ?????........ 
Que vasta e fantástica Solidão. Porquê tu não respondes a isto que me pergunta ????? .
 
Grande beijo entre dois amigos,
 
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cara.
achei lindo muito lindo esse seu primeiro e-mail.
aqui a solidão aperta mesmo. aí imagino que não seja nada diferente.
guerra no morro dos macacos, incêndio nas obras do hélio...
ouvi dizer que no mesmo dia um artista plástico foi encontrado morto na sua casa em santa teresa. morreu numa briga com seu irmão!
que loucura essa cidade.
e ao mesmo tempo o pessoal do ceará... o pessoal do cinema de lá, que vai todo praí, porque ninguém fica no ceará a vida inteira, sempre vai e depois volta.
sim. meus amigos do ceará e os hispanoamericanos estão todos se mudando pro rio.
a cidade vai explodir meu caro. parece que vim pra cá para ficar ainda mais conectado com esse lado daí.
e ao mesmo tempo sentir às vezes um vazio no peito que me faz caminhar pelo corredor por horas: pra lá e pra cá.
eu chorei e ainda choro pela obra do hélio.
acho que ultrapassa um simples xingar o brasil e a esculhambação desse país.
ultrapassa o estado e tudo isso.
é como se realmente algum ente querido tivesse morrido num acidente de trânsito fugas.
ou como naquelas histórias norte-americanas em que alguém é assassinado, mas os pais não se importam em buscar o assassino. de que adianta?
as obras do hélio e o próprio hélio foi o melhor que o rio de janeiro já produziu em toda a sua história. comparáveis apenas à obra de machado de assis e lima barreto.
porra cara. que barra pesada. a obra de uma vida inteira pegar fogo.
apesar de que tudo algum dia vai pegar fogo e que deveriamos ser orientais e aceitar esse fim de tudo. mas não. não é possível! eu não aceito, cara.
os parangolés...!
enfim. cara. o tempo sim. antonioni. o fio perigoso das coisas.
estou fazendo um filme agora. melhor do que contar é dizer que é crônica pura. tempo e ruína e cidade e a ambiguidade de barcelona que é essa moeda em que, de um lado temos o centro, a venda da memória e da identidade, o turismo e o cosmopolitismo barato, e do outro lado essa cidade genérica, super-moderna desde as olimpíadas, onde não há encontro para além dos grandes vazios acentrados e dos blocos de concretos enfiados no meio do mar.
estou muito feliz com isso. com essas descobertas. com rem koolhaas. com as memórias da nossa amizade e de nossos road movies. ainda faremos outros, meu irmão, pode me esperar que a gente se embrenha num novo interior (só vale interior).
e não quero falar das produções. quero falar do dia-a-dia, das coisas mais simples e banais. a banalidade é o próprio vazio zen, como intuía andy warhol - o bobo. 
aqui agora em cerdanyola vejo casas todas iguais, catalães os mais brutos, verdadeiros vikings - os catalães são na verdade exatamente isso, uma mistura de espanha com invasores bárbaros protomedievais.
estou isolado como nunca estive. num morro do qual tenho que baixar à cidade, que todavia não é uma cidade, mas quase um pueblo, do qual tenho que baixar mais uma vez, dessa vez de trem, rumo à outra cidade, que é barcelona, que ainda é uma espécie de desencanto com fetichismo europeu - na verdade o que eu quero mesmo são os pelos pubianos das nórdicas. los chochos mas pasivos.
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hoje baixei na internet O ESTRANGEIRO do Visconti, baseado no livro do Camus. sempre quis ver esse filme. há anos. acontece que, como foi produzido por uma pequena empresa alemã, até hoje não conseguiram os direitos para lança-lo em dvd. como A HISTORIA IMORTAL de orson welles, que ainda é muito raro de se encontrar, ainda mais com subtítulos, sendo que eu vi na casa do chico, há anos, em secretário, quando ele ainda estava por ali. eu vi uma vez, ainda adolescente, e ainda lembro desse filme tão misterioso.
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estou escrevendo um diário e um livro que é uma pequena compilação de ensaios. quero mandar contos e coisas para prêmios hispanoamericanos (hay muchos! unos treinta por mes!), echar balazos para todos los lados.
uma metralhadora giratória.
mesmo quando acho que estou descansando, escrevendo prum amigo, produzo. é uma sensação as vezes agobiante.
sendo que hoje o melhor momento do dia foi quando lavei a sala, escutando punk rock, esvaziando tudo aqui dentro.
preciso mais disso. na verdade o que preciso é ir pro campo. subir um pouco os pirineus. pra respirar nem que sejam dois minutos.
pra mim o campo sempre vai estar conectado à imagem que tenho de ti. já não sei quantas vezes respiramos juntos esse ar puro delicioso.
e isso. acho que te deixo por aqui.
estou acelerado demais. tenho que parar um pouco (e sem fumar um cigarro).
um beijo enorme, vamos nos correspondendo,
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Tenho duas, três, no Maximo 4 pessoas / Vc. somos nos e esse universo  . Escutei de um pensador deleuziano, caralho !!!! a minha memória se esvaece como fumaça , na medida que perco a visão/memória  passo a minha mão nas texturas  da existência profunda.... as nomeações não vem.....  é quase impossível encontrar alguém no mundo que coincida nos mundos , se encontrar não deixe passar, junte-se a ele.
Faço uma homenagem a Obra do Helio Oiticica. A loucura...... a loucura.... murmura ronco marlon brando em Apocalipses Now.
Ninguém vê mais nada, todo nasce para ser efêmero.
Vejo tudo o ´presente sem sentimentos , não em tanto as coisas mais sentimentais fazem brotar lagrimas aqui.... fechan a garganta.... gosto do filme da vida do Lula e as músicas que ele próprio escolheu..... em alguma coisa não gostaras de mim, sou um candido..... 
Estou apaixonado pelo Tintoreto. Existem pinturas enormes dele , que não foram por encomenda , o cara  pirou, Miquel Angelo pirou, Helio pirou. 

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