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[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

glenda maravilha,
desculpa eu não estar muito boa para escrever. é que na minha cabeça habita uma divisão percentual, veja:
40% a epidemia de gripe suína, reflexões sobre a cruel e frágil sociedade humana, preocupações ambientais, importância do amor entre e pelas pessoas
40% meus estudos, a saber: lévi-strauss, mesopotâmia, império romano, vida social no renascimento, produção artística norte americana das décadas 60-70, como fazer um mestrado fora, principais temas das exposições internacionais atuais, movimento hippie
10% facebook, checar emails
10% procurar filmes para assistir, preparar os trabalhos da faculdade, fazer abdominais, baixar músicas na internet
importância relevante: o que fazer profissionalmente, onde procurar trabalho, a importância de não trabalhar neste momento, assumir uma posição quanto a isso
importância relevante: me apaixonar e ser objeto da paixão de alguém. num segundo nível, fazer esta paixão dar certo.
... estou mergulhando em assuntos japonese, estudando as vanguardas do pós guerra lá, lendo autores tradicionais (tanizaki, the tale of genji), assistindo filmes (yasujiro ozu é um diretor maravilhoso, vc conhece? assiste se der), até ganhei um livro para aprender japonês, frequento a biblioteca da fundação japão e fiquei amiga da bibliotecária. amiga não é bem a palavra porque eu acho que ela está me cantando, não sei. na verdade eu sinto uma certa atração por ela, incrível.
você ficou um algo chateada com toda a história do bob wilson? eu tive um certo delay para te responder, me desculpe, eu fiquei meio maluca por aqui mas já tinha visto que não tinha ingressos mais. quero muito te contar como foi:
BARBARO o espetáculo! luxo, beleza, eficiência, coisa de primeiro mundo. todos os movimentos dos atores eram muito coreografados, nada lembrava gesto espontâneo ou naturalidade. todos os elementos cênicos (figurino, cenário, iluminação) eram monocromáticos, nas cores básicas: azul, vermelho, amarelo, preto, branco. tinha uma peça verde também.
eram 5 atores. o casal principal, interpretado por isabelle "divina" huppert e ariel alguma coisa. os outros três não tinham fala alguma, era um velho que aparece bem pouco, e um casal jovem que tinha um super corpe e faziam movimentos bem arriscados, imagino que sejam bailarinos. em vários momentos eles ficavam em ceno e refletiam os mesmos movimentos que o casal principal um pouco afastados deles.
sobre o texto, não sei quase nada sobre o müller, só que viveu na alemanha oriental, mas sei que o bob wilson não usou o texto intengral, os autores repetiam várias vezes a mesma fala, num crescendo, também em alguns momentos a mulher falava o texto do homem e vice versa.
vários movimentos de braços ou caminhadas eram marcados por uma sonoplastia que simulava caco de vidro sendo pisado, vidros quebrando, arranhadas, perfeitamente sincronizados.
os recursos técnicos eram de primeira, tudo feito muito consciosamente, nada era aleatório, despropositado (apesar de achar que em muitos momentos a aleatoriedade é um recurso salutar).
minha unica crítica seria que eu senti o tempo demorar para passar na peça, tinha muita troca de cenário (que na verdade era bem minímo, mas tinha uma tela gigantesca no fundo que toda hora entrava e saía, e dava muito trabalho), isso eu senti como uma interferência negativa. o texto também era difícil de penetrar, trechos aleatórios, mas isso acho que seria o menor problema.
agora uma perguntinha: de que se trata esta sua vida de casal?
me conta sobre o andamento da sua tese?
qualquer coisa. as fontes, os problemas, os acasos, as bizarrices, me conta um pouco como está ficando?
te amo, saudade,
sua amiga penélope purpurina

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