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[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

in advance

hay tiempo para decir que si y enviar palabras hasta mañana? lo que quieres decimelo  sobre a ciranda porque eu começo e vai um alinhavado para a roda eu quero se se puder e ainda couber [você numa casa por minha culpa relendo postais rasurados de poeira portenha quando já nem sinto o corpo de dentro tao cheio que anda de espaçamento me faz querer pensar em coisa de  plegaria no lo sé solo siento tras torno] em casa metro quadrado dessas mesas dissolvidas nos azulejos da biblioteca recorto um campo minado dando voltas sintome tonta e atabalhoada [acho que vou escutar teus postais ou ver o maradona costurado kusturica] que  p o r r a é esta ? [no revés da camiseta na confeitaria de tao obvio nunca me pareceu mais alienígena possível: I wish you were here] dale dale bs, la <<<>>>
everything you want.
(fucking make it!)
o deserto...
ahora en cerdanyola periferia barna.
amigos d'altre mundo - peruanos de ressaca.
uma carne assando, uma picanha depois de um ano. meu pulmão dói. tenho um filme a editar.
6 horas de material quase inteiramente aproveitável.
um holocausto.
o som do sucrilhos no prato.
a vista daqui de cima.
prédios, gruas, morros.
o sol nascendo às 8 e meia de trás os monte.
barcelona. a pior das melhores cidades.
se não fosse a minha bicicleta tirada do estado.
psicografar pra quê?
o teu postal chegou no dia de fazer as malas.
estava doidim brigando com a dona e companheira de piso.
metendo os espanhóis pelo cú.
mandando, digo.
toda vez que pago alquiler me siento robado.
dejo una pequeña nota por encima de la mesa.
hago mis cosas.
la habitación vacía.
y chispa: cerdanyola.
tchau centro.
tchau marroquis.
tchau curry 4 euros.
tchau pakis lateros.
tchau raval.
tchau barcelona.
a vivir la periferia.
adeu, adeu!
moro agora a 25 kilometros de trem.
meia hora em bus pela noite.
there is no embotellamento.
do outro lado da montanha ainda assim.
(a diferença de morrer de pulmão é que é um trago.
não é aos pouquinhos: é de repente parar de respirar.)
eu tive muito pânico sabe?
faz dois anos.
um vazio no meio de avenidas
vendo a favela desde longe
sem parada possível
na linha vermelha...
>o coração autopista>
e não sei porque psicografar 
um moto(des)contínuo
bebricolage
não dormi. vou dormir.
(mas o seu postal. sim.
às vezes é impressionante como a ausência de algo produz algo.
de la nada eis que surge.
eu peguei o postal na escada do prédio, logo na entrada, pensando que era de algum vizinho.
prédio antigo de operários de uma fábrica.
século XIX. cheio de remendos remelas.
colei na parede e ficou ali um par de horas 
mientras cambiaba de piso.
no suelo recibir postales, sabes...)
um alienígena, sí. mas pelo menos mais perto da terrinha, já que ando buscando água na lua, enquanto em marte já encontraram - mal sabem que há água em todos os planetas e o deserto aqui dentro.
vale vale
besitos,
lucs
P.S.: solo porque no puedo no escribir. te.
<<<>>>
amore miooooo  volaaare ooo cantareeee oooo  beibe  ta foda foda sempre fudicao fudio cade tu atrepado nos galho de concreto baahhh anyway depois te escrevo com mais calma dale dale beijo maio do mundo!! mando um texto ai  voce ve como eh se vai e pra onde foi o que me veio sobre a revista [eu sem conhecer os outros trabalhos ,mas sabendo que nao eh soh isso mais a coisa do movimento sempre anadiomeno e a ideia do astrolabio....  veja veja>>>>

 

Não se parte de uma ponte quando o itinerário se delineia in advance.

Começar do meio do oceano, ainda que em suspensão, só é possível se o destino se situa ali, feito trajeto que se exaspera por uma ocorrência precisa – ainda que (quase)nada se precise de antemão.

Enquanto de uma ponte é provável que se divise uma ilha,

de dentro do mar pode acontecer de se afundar em um pais

ou quiçá que se nos detenhamos em um rochedo cujo traçar do contorno conduz a uma qualquer baía e daí novo percurso em desuso.

Caligrafias obtusas e esferográficas das palmas de quem, ou melhor,

de que nós se articula um astrolábio que

calcule a altura das estrelas quando elas sequer alcançaram nossa visão?

meça a distancia daqui a Saturno e seus anelídeos córneos de capri?

confirme a hora em que teremos de interromper a junção de nossos lábios para emudecermos no metrô apinhado de corpos suados-sujos-suecos-soteropolitanos-singapurianos-senegalezes-smithereens-sonorosos-suínos-sombrios-singelos-simétricos-sonolentos-saltimbancos-sarnentos-sonhadores-sem-serviço?

precise o peso do que chamam de Sol mesmo se o que queima um lombo untado de óleo bronzeador, descolore uma folha verde tornada áurea, desenha a sombra de uma aba de palha refletida em um lábio esbranquiçado de sede, causa o irromper de uma fagulha que já nasce morrendo de fome ou alumia uma vida de leitura pouco ou nada condizem?

Para cada escala tantas escolhas e escoltas. Para a vista sempre mais uma revista: eterno retorno da palavra que marca o acontecer do instante que é, a cada ocorrência, para nunca mais.  

Boas vindas.

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