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[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

terça-feira, 18 de maio de 2010

desejo imenso de fumar um cigarro
Imposible fumar agora
***
a cada instante devo mudar e mudo a língua do word
Vontade de abandoná-las todas
Seria como criar uma nova igreja
***
escutando ambient 1 – music for airports
penso no desejo de Jon Hassell (poderia ser um nome inventado):
grandes caixas de som que fizeram vibrar os ares
produzindo verdadeiras tempestades de areia
remodelando as dunas no deserto
***
pensando no zumbido que escutam
os ouvidos de deus
***
hilos de la virgen tocando mi rostro
llevando arañas a otras ramas
imagino assim a alemanha de outrora
como a uma lucidez da manhã
***
rato = instante/ momento
rato = roedor
***
a câmera, um cíclope
***
falsos raccords
olhos vibrando frente ao metrô que avança
o deslocamento retiniano - uma visão disléxica
toda uma estética do desaparecimento
correr pra permanecer no mesmo lugar
permanecer pra se mover

equilíbrio = morte
***
Nicéforo: “si se suprime la imagen, no solo desaparece cristo, sino el universo entero.”
mas e Maomé? O grau zero da representação?
***
carta número 1 (da esquizofrenia)
“como si de la velocidad de la luz dependiera, por una vez, la totalidad del mensaje”
As cores em movimento resultam branco
***
síndrome de Elpenor o sueño incompleto:
Acordamos num lugar sem abrir os olhos. nos levantamos e vamos ao banheiro. Abrimos a porta e caímos do avião.
***
a maior arquitetura do século XX: cubo lumínico de Albert Speer.
Não, os nazistas foram os maiores com relação à estética da desaparição.
e foi ao querer fazê-la permanente que entraram num paradoxo insolúvel.
***
quando escrevo deixo de pensar
Sou uma besta quando atinjo o pensamento
***
uma bifurcação no metrô
ojos en movimiento x ojos que miran a la nada
entre los dos... la ventana
***
el rostro catalán como una calavera
o queixo de paula
os primeiros em guerrear ou os primeiros a representar a guerra
o levante espanhol
que deseja a morte sem sangue
a bandeira que simboliza 4 dedos feridos descendo por um escudo amarelo ouro
pintando-o de vermelho e dizendo
guanyarem
***
tauro. Região: áfrica.
Tudo é uma questão de Axé
***
nunca has visto un muerto?
Ni siquiera degolado?
***
toda tecnologia prevê um acidente
Energia nuclear ... Chernobil
Trem ... Orsay
Aviões ... Concorde
James Ballard viu o acidente total como algo automobilístico
Mas é apenas o ciberespaço que poderá proporcionar um acidente global
***
Não, não gosto de Ana Karina e nem de Jean-Pierre Leaud.
Jeanne Moreau é que tem Axé.
Não é uma questão de belo. É uma questão de sublime.
***
deixamos o aqui em nome do agora
***
medusa (olhar é ser olhado)
de repente o metrô se converte em trem fantasma
nem rostos nem reflexos
o por detrás
o nada
estamos todos mortos
***
se segundo hegel é uma questão de trabalho, família (credo) e linguagem
e se hoje em dia já não há nada além de trabalho
e se nem o trabalho
***
preferir ser queimado pela camada de ozônio que desaparecer no vácuo
porque então minha paixão por esse vazio sideral?
será que há seres humanos não humanos?
não falo do último homem (que é pré) e nem do super-homem (que é pós)
mas dessa paixão pelo fim
dessa vontade de fotografar o fim
como os japoneses na praia...
porque sim
quero morrer num desastre
(que não sobre nenhuma partícula)
***
as pessoas como sardinhas em tubos
e as televisões em vagões mostrando bailarinos saltando no subterrâneo
como podem ser tão sarcásticos?
porque ninguém quebra nada?
nem eu
***
que se joda barcelona
me voy a dormir
nos vemos mañana

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