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[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

FILOSOFIA DE QUINTA

Só seria capaz de ter respeito por mim mesmo no momento em que me odiasse. Mas gosto de mim em silêncio, como aquele pai que, no último dia do ano, revela “eu te amo, meu filho”. Engraçado passar esse tempo todo sem escrever e de repente, tentar a possibilidade do esquecimento, da ferrugem, da incapacidade de sentir a dor que move. Movo? Sim, há mudanças farejando a carne, há movimento, mas ele existe primordialmente pelo medo cultivado, pelo medo que é a única sensação que tenho de estar no mundo. Quando fico sem escrever muito tempo, arranjo mil desculpas: há um maníaco me perseguindo com ameaças de me cortar fora as mãos. Há uma separação de amor lamentosa, e qual separação lamentosa não é de amor? Há uma casa na colina e a febre da cabana que pode tomar meu corpo. Mas é tudo subterfúgio. Quero esticar a corda para reconhecer o material de que é feita. Se estourar, direi a mim mesmo: era uma corda vagabunda, preciso arranjar outra. Mas talvez o que impele seja realmente o pequeno valor da corda arrebentada: meu verdadeiro amor, o amor do que se partiu porque era frágil, inepto. Porque só reconheço a mim mesmo na fraqueza; forte me torno a imagem de toda ameaça sofrida.
Estou solto às ameaças, isso é a minha corda e o ponto da ruptura. Só sou capaz de reconhecer o que é passível de se romper. As duras revoluções só me interessam como quadros de sangue, como dignidade emprestada. Muito tempo sem e percebo como permanecem curtos os períodos de lógica. Sem escrever me deixo levar pelos mais improdutivos caminhos. Uma pedra no chão, um prato branco na mesa, um louva-deus, qualquer coisa vira um “seria isso motivo para”. Mas é na insistência da indisposição que começo a medir o peso do que sinto. Sentir demais o peso, eis quando me torno escritor. Saber que minhas mãos podem ser arrancadas e talvez eu jamais escreva outra vez uma linha, talvez seja isso que importe: precisar escrever sabendo que não é necessário.
Não é necessário e, no momento, arrumo minhas malas, um lugar muito distante fechará suas portas desconhecidas na minha cara. Gastarei minhas solas em concreto vulgar, e do atrito com a borracha farei a carga que me leva arrastado ao que não posso reconhecer, porque reconhecer seria matar. Só duro o tempo da escravidão mental, da vulgaridade das superfícies, o resto é um querer estar distante. Sou atento a tudo que sou incapaz de compreender e, quanto ao que compreendo perfeitamente, gosto de citar como o que nos faz perder tempo. As curvas, ninguém fala delas, estamos a quilômetros de distância das metas provisórias. Sobrará do outro lado da distância a flor magra que minha mão leprosa não soube erguer? Mudam as caretas, mas o que estamos escondendo permanece à altura dos olhos. Sinto vontade de escrever um absurdo lógico, algo que justifique a mentira que teimo em afastar de mim. Escrevo porque assim o tempo passa mais rápido, e pelo menos há a sensação aliviante de que ele não foi perdido tolamente, ou que, pelo menos, a tolice é uma tolice reconhecida, limitada por minutos no relógio.
Passar o tempo nunca foi meu forte. Sinto coceiras nas extremidades e acabo salivando sobremaneira. Ando. Mas só suporto andar muito, o dia todo se for o caso, em lugares mínimos. Olho bastante também, e tendo a pensar que olho para muitas coisas ao mesmo tempo, porque minha vaidade me engana com a ideia de que sou uma antena compulsória. Mas não é nada disso. Esse é o cúmulo das palavras. Elas servem para indicar algo, mas nunca poderíamos fazer nada de proveitoso com uma indicação que não surgisse do que não vemos em nós mesmos, com urgência, sem palavras. Concluindo, as palavras são a contradição do tempo e do desejo. E quem enxerga muito bem lembrará de muito pouco. Contradições de um deus minúsculo. Isso porque elas, as palavras, representam nossos desejos cristalizando-os, e ao cristalizá-los podemos vê-los, algo que era antes impossível, pois os desejos não são materiais. Então, cristalizados pelas palavras, os desejos se tornam a mala com peso que podemos jogar pela janela do trem. Maldição do escritor: só se mata o que se reconhece. O escritor, portanto, é este: seco a ponto de inventar a felicidade; mau a ponto de matá-la, com o argumento de que era uma felicidade incompleta. E conhecendo os buracos de sua própria criação, ele pode se vingar de deus.

sábado, 17 de outubro de 2009

TEMPORADA

linda, 
como as notícias correm! até mais rápido que os fatos e os feitos - futuros.
não, infelizmente não vou estar no rio durante o lançamento da revista. não sei exatamente o que faço aqui - às vezes sim. moro agora em cerdanyola, na periferia de barcelona, numa casa enorme e com terraça, onde fizemos churrascos, eu e meus companheiros de piso, peruanos todos, e mais uma andaluza e um belga - gente que brilha. 
tenho filmes à minha frente, viagens, línguas. quero ir pro leste, pra portugal, pra paris, morar um tempo na frança, filmar nos pirineus. exilar meu corpo em movimento-inércia. devo estar no rio apenas pela metade do ano que vem. e não demoro mais que isso pra pisar no ceará. que saudade, cara, que loucura... mas antes termino a edição do FORTALEZA ANO ZERO, um projeto que comecei há um ano e meio - 16 horas de material. por enquanto tenho uma versão de 50 minutos. mas vai ser longa - creio. (falo muito dele, o que shouldn't do at all...). 
pô, eu acho que a conexão rio fortaleza está cada vez mais intensa - estreita. conexão entre mundos contíguos ®. estrelas formando constelações (o meu clichê). acho que se a rúbia e a mari e o fred e seja mais quem for, forem morar lá, vai ser demais, ao mesmo que  triste, é claro. o ceará é a própria antropofagia no sentido de sair pra poder voltar - de comer o "outro" para ser ainda mais o "mesmo". e o rio, por outro lado, não é nada sem os estrangeiros que por lá habitam e habitarão se nosso glorioso são cristóvão, santo dos navegantes e caminhoneiros, quiser.
nesse sentido o skype de que fala o luiz deve ser algo que o uirá comentou. azul cobalto. tem muita gente que não estará por lá, o que não quer dizer que não estrelará. assim que seria demais ver uirá performanceskype, eu mesmo, você, quem for que não estiver.
o melhor será se a revista estiver pronta na época em que estejam todos no rio, agora, perto do curta cinema. sim.
tantas conexões... de repente, não sei porquê, nesse ultimo mês andei falando mais com alumbramento, através da rúbia, da mari, e agora você; e mais com o TRANSE, aquele grupo de cinema latinoamericano do qual faço parte, e que está agora fazendo um curta coletivo. 
quero muito poder apresentar um pessoal do rio a vocês. na real vai ser um encontro naturébs através do curta cinema - creio. 
achei foda o happy flash society do guto. o lechuzas do fred. nossa. quero muito enviar pra vocês o curta que tô terminando de montar por esses dias. tá lindo e ainda sem nome. tem algo sensual na imagem que me faz pensar nas coisas do benevides parente. somos todos parentes! 
e o teu video, linda, acredita que não vi até agora? muita muita muitíssima curiosité. pedi pro meu pai me enviar e o safado não me enviou, entregou pro ícaro sem fazer uma cópia de "segurança". enfim. alguma hora me chega.
e ça. 
vamos nos falando. ouvi o som do mar através do teu mail.
muito chêro, beijo, abraço,
lucs

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

in advance

hay tiempo para decir que si y enviar palabras hasta mañana? lo que quieres decimelo  sobre a ciranda porque eu começo e vai um alinhavado para a roda eu quero se se puder e ainda couber [você numa casa por minha culpa relendo postais rasurados de poeira portenha quando já nem sinto o corpo de dentro tao cheio que anda de espaçamento me faz querer pensar em coisa de  plegaria no lo sé solo siento tras torno] em casa metro quadrado dessas mesas dissolvidas nos azulejos da biblioteca recorto um campo minado dando voltas sintome tonta e atabalhoada [acho que vou escutar teus postais ou ver o maradona costurado kusturica] que  p o r r a é esta ? [no revés da camiseta na confeitaria de tao obvio nunca me pareceu mais alienígena possível: I wish you were here] dale dale bs, la <<<>>>
everything you want.
(fucking make it!)
o deserto...
ahora en cerdanyola periferia barna.
amigos d'altre mundo - peruanos de ressaca.
uma carne assando, uma picanha depois de um ano. meu pulmão dói. tenho um filme a editar.
6 horas de material quase inteiramente aproveitável.
um holocausto.
o som do sucrilhos no prato.
a vista daqui de cima.
prédios, gruas, morros.
o sol nascendo às 8 e meia de trás os monte.
barcelona. a pior das melhores cidades.
se não fosse a minha bicicleta tirada do estado.
psicografar pra quê?
o teu postal chegou no dia de fazer as malas.
estava doidim brigando com a dona e companheira de piso.
metendo os espanhóis pelo cú.
mandando, digo.
toda vez que pago alquiler me siento robado.
dejo una pequeña nota por encima de la mesa.
hago mis cosas.
la habitación vacía.
y chispa: cerdanyola.
tchau centro.
tchau marroquis.
tchau curry 4 euros.
tchau pakis lateros.
tchau raval.
tchau barcelona.
a vivir la periferia.
adeu, adeu!
moro agora a 25 kilometros de trem.
meia hora em bus pela noite.
there is no embotellamento.
do outro lado da montanha ainda assim.
(a diferença de morrer de pulmão é que é um trago.
não é aos pouquinhos: é de repente parar de respirar.)
eu tive muito pânico sabe?
faz dois anos.
um vazio no meio de avenidas
vendo a favela desde longe
sem parada possível
na linha vermelha...
>o coração autopista>
e não sei porque psicografar 
um moto(des)contínuo
bebricolage
não dormi. vou dormir.
(mas o seu postal. sim.
às vezes é impressionante como a ausência de algo produz algo.
de la nada eis que surge.
eu peguei o postal na escada do prédio, logo na entrada, pensando que era de algum vizinho.
prédio antigo de operários de uma fábrica.
século XIX. cheio de remendos remelas.
colei na parede e ficou ali um par de horas 
mientras cambiaba de piso.
no suelo recibir postales, sabes...)
um alienígena, sí. mas pelo menos mais perto da terrinha, já que ando buscando água na lua, enquanto em marte já encontraram - mal sabem que há água em todos os planetas e o deserto aqui dentro.
vale vale
besitos,
lucs
P.S.: solo porque no puedo no escribir. te.
<<<>>>
amore miooooo  volaaare ooo cantareeee oooo  beibe  ta foda foda sempre fudicao fudio cade tu atrepado nos galho de concreto baahhh anyway depois te escrevo com mais calma dale dale beijo maio do mundo!! mando um texto ai  voce ve como eh se vai e pra onde foi o que me veio sobre a revista [eu sem conhecer os outros trabalhos ,mas sabendo que nao eh soh isso mais a coisa do movimento sempre anadiomeno e a ideia do astrolabio....  veja veja>>>>

 

Não se parte de uma ponte quando o itinerário se delineia in advance.

Começar do meio do oceano, ainda que em suspensão, só é possível se o destino se situa ali, feito trajeto que se exaspera por uma ocorrência precisa – ainda que (quase)nada se precise de antemão.

Enquanto de uma ponte é provável que se divise uma ilha,

de dentro do mar pode acontecer de se afundar em um pais

ou quiçá que se nos detenhamos em um rochedo cujo traçar do contorno conduz a uma qualquer baía e daí novo percurso em desuso.

Caligrafias obtusas e esferográficas das palmas de quem, ou melhor,

de que nós se articula um astrolábio que

calcule a altura das estrelas quando elas sequer alcançaram nossa visão?

meça a distancia daqui a Saturno e seus anelídeos córneos de capri?

confirme a hora em que teremos de interromper a junção de nossos lábios para emudecermos no metrô apinhado de corpos suados-sujos-suecos-soteropolitanos-singapurianos-senegalezes-smithereens-sonorosos-suínos-sombrios-singelos-simétricos-sonolentos-saltimbancos-sarnentos-sonhadores-sem-serviço?

precise o peso do que chamam de Sol mesmo se o que queima um lombo untado de óleo bronzeador, descolore uma folha verde tornada áurea, desenha a sombra de uma aba de palha refletida em um lábio esbranquiçado de sede, causa o irromper de uma fagulha que já nasce morrendo de fome ou alumia uma vida de leitura pouco ou nada condizem?

Para cada escala tantas escolhas e escoltas. Para a vista sempre mais uma revista: eterno retorno da palavra que marca o acontecer do instante que é, a cada ocorrência, para nunca mais.  

Boas vindas.

deux ou trois choses que je sais d'elle

to tentando achar o verdadeiro nome do trabalho da júlia pra colocar na lista

cara.

e o nome do trabalho do cristobal?

eu tinha mandado isso. a ver.

é qual?

o nome do do cristobal é (M)

o da julia eu vou ver agora

"Da onde vieram os homens"

é o nome do da julia.

ok?

ok!!

"Da"

ou "De"?

sim.

Da

legal

show

esse texto Panfletos do Leo é muito bom

enviei a musica.

envio agora as coisas do cristóbal.

enviou onde a música?

lá naquele lance ?

aqui no mail num tá

agora tá querido

mal aê

to colocando as coisas no blog

vc sempre manda coisas terríveis!

merci, já estou amando, seria bom saber o que é dito

terríveis?

terríveis!!!

.

flaneur

auto –bio – mapa

todos os colaboradores

errancia

mapas; poéticas do eu

Da onde vieram os homens – Julia Debasse

atacama – Alberto Azcárte

Deserto de Hofmannsthal – Leonardo Marona

Deserto – Francine Jallageas

poesias Exílio – Diana Sandes

Filme-Diário – Alessandra Colasanti

La fora cantam os passarinhos – Mariana Smith

exílio

cartografias; correspondências

Perdurar – Francine Jallageas

Conversas Imaginárias – Érica Zíngano

Poesias – Fernando Rodrigues

Poesias – Bruna Beber

Fortaleza – Leonardo Marona

Auto-entrevista – Uirá dos Reis

Procura – Antonia D’Orazio

Plano de Verão – Cecilia Giannetti

Cartas – Camila Moura

deriva

deslocamento; vertigem

Deriva Llansol – Érica Zíngano

Filme Armênia – Ícaro Lira

Do táxi do Armênio – Francine Jallageas

filme Trânsito – Themis Memória

Mi mundo por um caleidoscópio – Ana Rezende

Reflexos – Antonia D’Orazio

textos – Camila Moura

Infinitivos – Mariana Smith

Jogos de armar – Flávia Memória

linha de fuga

tecnologia e exílio; road-movie

skype – texto Lucas Parente

skype – fotos Ícaro Lira

skype – vídeo Ícaro Lira

Fotografias – Pedro Campanha

Fotos (M) – Cristóbal Pereira

Medo de voar ou carta número 2 – Lucas Parente

10 postais ou Transatlântico – Lucas Parente

Anticlássico – Alessandra Colasanti

Transatlântico – Mariana Marques

Cidade deserto – Érica Zíngano

de
para
data
assunto
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vcs já ouviram falar dessa revista? é uma revista nova de teatro e cinema de portugal http://drama.argumentistas.org/

imagens de suas viagens

e porque no dia em que te anunciei pessoalmente que eu nao iria para madrid e sim para buenos aires, e vc me anunciou pessoalmente que iria para madrid, senti que buenos aires seria minha conclusão. e no dia seguinte, acordei anotando-a " talvez haja tanta coisa tão forte quanto fomos um para o outro, tanta coisa entre a gente, que ficamos perdidos entre filmes, corpos, lugares e vivências. 'EVERY MINUTE IS LIKE THE FIRST MINUTE OF MY LIFE' Saber o que se vive pode tornar a vivência um pouco mais complicada (apesar de agora eu nem concordar tanto com isso) E, agora sim, me liberto de tudo. Me voy a Buenos Aires, por fin." quanto aos direitos de imagem e som, eles podem ou não ser uma grande questão. um beijo e até já.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

preciso de um email com o material-corte final de voces com o assunto material-final.
com o nosso próprio? xxu, me ligaê ninguem responde mais nada?
meus amores. tem um tempo que a gente(eu e dom parente) fez uma especie de teia com os trabalhos as ligações,as linhas do que levava a quem .. julio já criou uma cara do site uma cara foda de linda eu tenho essas linhas "divisões" em algum lugar aqui mas estou sem net na montanha. na montanha só tem mangueira. preciso pra hoje,ontem, dessa linhas o trabalho-skype do lucas que liga o meu filme skype com o mapa da julia(exemplo) o taxi do armenio com o poema da xuxu. as conversas imaginarias com a auto-entrevista do uira. isso já foi feito um esboço junto com lucas. lembrar que essas linhas podem voltar e não cruzarem na volta ou ficarem paralelas. vocês conseguiram abrir o html do julio? vai ser algo parecido com a mão e uma "costa" de mulher com marcas e sinais. os nomes das pessoas dispersados por esse corpo quando vc passa o mause linhas aparecem ligando os trabalhos por afinidades tudo muito simples,branco e foda. quando você clica no nome da erica ele fica vermelho e abre (e tudo flesh) o auto-retrato de ez com sua bio(tries linhas) e frases linkes para os trabalhos acho que vocies podem por favorrrrrrr começar a escrever apara julio colocando um pilha nele ele está muito afim com muito tesão e ideias .. mas e sempre bom uma pilha. nao gosto de ficar falando com ele e passando as coisas para vocês qualquer duvida escrevam para ele. cansei beijo mas vamor pensar agora esses 20 ou 22 dois com os novos. e chega de gente,fechou a porta. vou acabar surtando com isso de ter que responder 30 email em 15 minutos. um beijo seus
queridos
cheguei hoje ontem de viagem
(à noite)
prometo que até sábado olho tudo
beijos
e mando tudo
apenas continuo achando que a página inicial deveria conter aquelas palavras chaves
que trabalhamos, como deriva, flaneur, etc.
e não o nome dos autores, que acho que deveria aparecer numa segunda tela, depois que já se clicou em uma das palavras chaves...
í, vamos nos encontrar logo, ta sem tel? continuo sem nem conseguir celular ligar daqui de casa meu cel tbm não pega, já pedi a bio da cissa e tbm o edit pra mim já bati martelo ta lindo entreguei textostress e to na estrada outra vez, beijos, to com saudades. e a casa nova? e a festalança da revista na rodaviva?/
no mais vejo amanhã. ahora exausto.
a lista-linha era essa (mas tem que cortar e refazer):
linha de fuga (que é tambem um pouco "exilio", ok?):
1 - tecnologia e exilio:
skype - texto
skype - fotos
skype - video
trabalho "limite" ?
poesias da diana.
2 - road movie:
cidade e deserto - zingano
autonautas na cosmopista
atacama
pacifico
errancia (viagens):
1 - mapas e poéticas do eu:
de onde vieram os homens que beijei, que trepei, etc - julia
mapas, colagens de mapas
desenhos sobre mapas - jonas meireles
pilar mapa no pé
filme postais - lucas
2 - ensaio e correspondencia
zagreu na cidade - ensaio meu.
texto llansol - erica
conversas imaginárias - zingano
poesias fernando
poesias bruna beber
entrevista uirá
deriva (desterritorialização, vertigem):
1 - flutuando
fotos da diana dos barcos.
voltando a sao paulo - zingano
azul do iuri (ou é linha de fuga?) - ???
2 - perdidos no mundo
filme armênia
poesia armênia
filme china
poesia china
video da leca
medo de voar ou carta numero 2 - lucas
fotos caleidoscopio - ana rezende
fotos pedro campanha
preciso de algumas coisas. 1- temos que fechar esse editorial .bater o martelo. 2.lucas,erica, ..preciso do material final de vocês . fiquei perdido aqui com tantas versões. 3.francine e lucas . as bios e etc dos novos astro-labios. ça va bien?
e as músicas?
vamos publicar alguma? a que o uirá nos enviou é absolutamente genial (está num link no mail que encaminhei chamado UIRÁ).
e o iuri? já pedi várias vezes e ele nada.
tem outras pessoas, creio. mas pelo jeito já estamos abandonando a idéia de música na revista, né?
então o seguinte: queria pôr a do uirá no meio da biografia dele, de forma que quem quiser pode baixar.
outra coisa: podemos publicar, ao lado da lista dos artistas, uma lista de artistas relacionados, ou artistas que estão pode detrás mas que não publicamos nesse número. colocar o nome de todo mundo: luiz pretti, iuri nicolsky, ernesto gougain, etc. ou será que não tem nada a ver?
a coisa da música
júlio disse que detesta site com música
eu tbm não curto site que já solta a música automaticamente
sem ninguém pedir
acho que í tbm
entao o que conversamos com júlio foi a idéia de ter uma caixinha
que pode ou não ser acionada pelo visitante do site.
mas acho, não sei muito bem pq
ninguém se animou muito
eu gosto da idéia
digam vcs
genti
agora é tarde amor...
mas pensei que a gente devia ter pedido o mapa de todo mundo...
pq não tem mapa mais lindo que o natal
segue o mapa í
ez, manda o teu. luc tbm
to procurando o meu.
vou fazer algo com mapas astrais
se vcs consentirem,
gostaria de começar pelos nossos...
eu fiz isso. mas é brincadeira só. acho que vocês poderiam ir fazendo outras coisas e cortamos e colamos. ou alterar o meu texto. mas vamos fazendo assim, juntos, sim, agora, já!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

When i get to Paris two days later, Hiroshima is in all the papers. My hair has grown back to a decente lenght. I'm among the crowds in the street. Fourteen years have passed.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

4/9/1930

Grandes são os desertos, e tudo é deserto.

Não são algumas toneladas de pedras ou tijolos ao alto

Que disfarçam o solo, o tal solo que é tudo.

Grandes são os desertos e as almas desertas e grandes –

Desertas porque não passa por elas senão elas mesmas,

Grandes porque de ali se vê tudo, e tudo morreu.

Grandes são os desertos, minha alma!

Grandes são os desertos.

Não tirei bilhete para a vida,

Errei a porta do sentimento,

Não houve vontade ou ocasião que eu não perdesse.

Hoje não me resta, em vésperas de viagem,

Com a mala aberta esperando a arrumação adiada,

Sentado na cadeira em companhia com as camisas que não cabem,

Hoje não me resta (á parte o incómodo de estar assim sentado)

Senão saber isto:

Grandes são os desertos, e tudo é deserto.

Grande é a vida, e não vale a pena haver vida.

Arrumo melhor a mala com os olhos de pensar em arrumar

Que com arrumação das mãos factícias (e creio que digo bem).

Acendo um cigarro para adiar a viagem,

Para adiar todas as viagens,

Para adiar o universo inteiro.

Volta amanhã, realidade!

Basta por hoje, gentes!

Adia-te presente absoluto!

Mais vale não ter que ser assim.

Comprem chocolates à criança a quem sucedi por erro,

E tirem a tabuleta porque amanhã é infinito.

Mas tenho que arrumar a mala,

Tenho por força que arrumar a mala,

A mala.

Não posso levar as camisas na hipótese e a mala na razão.

Sim, toda a vida tenho tido que arrumar a mala.

Mas também, toda a vida, tenho ficado sentado sobre o canto das camisas empilhadas,

A ruminar, como um boi que não chegou a Ápis, destino.

Tenho que arrumar a mala de ser.

Tenho que existir a arrumar malas.

A cinza do cigarro cai sobre a camisa de cima do monte.

Olho para o lado, verifico que estou a dormir.

Sei só que tenho que arrumar a mala,

E que os desertos são grandes e tudo é deserto,

E qualquer parábola a respeito disto, mas dessa é que já me esqueci.

Ergo-me de repente todos os Césares.

Vou definitivamente arrumar a mala.

Arre, hei-de arrumá-la e fechá-la;

Hei-de vê-la levar de aqui,

Hei-de existir independentemente dela.

Grandes são os desertos e tudo é deserto,

Salvo erro, naturalmente.

Pobre da alma humana como oásis só no deserto ao lado!

Mais vale arrumar a mala.

Fim.

Fernando Pessoa – Álvaro de Campos, 2002, Poesia, pp. 384-386

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

gente, ando tão desnorteada, tenho a impressão que só vou poder voltar a olhar pra tudo qd chegar no brasil... vcs me esperam, mas se for tempo demais, vcs podem ir, me contando o que anda acontecendo pelo camihnho... beijos ez