Pesquisar este blog

[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





para chegar até lá, siga a seta vermelha:

ctrl + c -> aeromancia.blogspot.com -> ctrl + v -> barra de endereços -> enter



érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Em russo o verbo ter não acontece no entendimento. Não tenho um amigo, não tenho uma mulher, não tenho estes sapatos ou este amor. Reciprocamente fazemos uma relação, acordamos estar em companhia, usufruímos dos benefícios desta plantação. Tão pouco o verbo ser se conjuga no presente. No momento em que escrevo já sou o que fui e também o que não escolhi; e ainda os presságios de tudo que ainda poderei e quererei optar. Aconteço como a precisão de uma decisão. O russo colapsa e dilata o meu ponto de vista ordinário e obviamente ocidentalizado. Lança o vínculo para o espaço do sentimento. As carapuças caem. Não há o que temer. A desistência perde sentido. Barateia-se. O blasé fica irrisório. Inútil. A distância interna relativa. A beleza dos ciclos jorra seus frutos: Pode-se ir até o final do mundo. Pode-se também não quere ir até lá. És o que sentes. És o que nós construímos. Somos a escolha deste vínculo, mas somos uma escolha. Podemos ser, então, e assim, se quisermos, esta ou uma aposta parturiente.

Arquivo