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[aStro-LáBio]°² = [diáRio de boRdo]°²

o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
agora fechada a gaveta guarda
o tempo para trás levou
e não volta mais: voou





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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

tuas coxas,rios sem foz, as palavras são uma jaula a sete claves.o coração é uma palavra a sete chaves. auriculoventricular.clavicordial
PARA COMEÇAR A FALAR EM LÖIC (1) Para começar a falar em Löic preciso tornar atrás um tempo e ver o quanto passamos naquele lugar quen te e úmido onde ele construía seu iglú Löic devia apresentar mais um projeto para a banca examinadora ( eu também para a minha ) e nós tratá vamos de continuar brincando de engenheiros mirins apesar da falsa seriedade do caso As bancas eram fictícias assim como o cérebro dos jurados e o que mais atrapalhava era a seguran ça destinada a nos atender eu o havia conhecido no meio de uma festa de artis tas ou num dos escritórios da banca que nos havia convidado a preencher aquele espaço com 1000 dóla res de nossas ingenuidades ( casuais ) nos mantivemos firmes eu com meu piano e Löic com seu iglú, ele não era bretão nem desenhava menires no ar enquanto assoviava mas sabia subir rápido uma escada e havia me ensina do a andar de cabeça para baixo e a recortar mol des de gelo para o iglú , esse ficava no meio de uma planície perto da jamaica talvez , seus vizi nhos viviam numa horrenda construção preta quente e inabitável Löic havia ganho também uma espécie de terreno mura do como o meu mas quadrado , não havia lugar para fazer fogo por isso usava um grosso pullover não tinha nenhum rio e lá longe podia ver-se o lago O chão era duro como cimento e uma grande coluna branca servia para deixar seu cavalo mas dificulta va a escolha do lugar para o porto e a nave naufra gada Foi ele quem me mostrou o que fazer com o meio da espiral , foi ele quem fechou o piano e me fazia dormir cedo esquecendo a maioria das festas a que éramos convidados vários sacerdotes e carrascos nos viam juntos o que gerava uma certa inveja neles e nos deixava muito felizes , parávamos e comíamos nozes ou pedaços de provolone Quando meu terreno já estava plantado resolvi mudar para sua terra , no começo fiquei pelos cantos até que ele deixou que eu o ajudasse . O porto já tinha seu lugar fixo e as bases de uma nave estranha ( mu ndo ponte navio ) já estava ao largo do estuário seco . No meio deste tempo conhecemos uma pequena duende japonesa que riscava paredes chamando de aspirado res elefantes ou dinossauros àquilo que fazia gastamos 15 dias na construçãso do iglú os vulcões não foram acesos e meus livros foram roubados Como éramos gente do deserto , Löic e eu resolve mos subir até a montanha na cidade das casas anti gas , mais um quarto comprido e fino , nessa tarde achamos um patinho de vidro provavelmente de se colocar na frente de uma carro americano . Agora estou de volta nesse continente estranho cada cidade me mostra sua espécie de crise desde aquela com pilares no rio e seu novo gover no socialista . Passei também por aquela cidade luz onde o rio tem várias pontes e vários palácios che ios de guardas bravos que tem medo das bombas que seus superiores mandam colocar para espantar seus súditos e criar neles um espectro de racismo . passei pelas termas de uma civilização romana e cheguei até o lugar onde as pessoas põem o dinheiro em contas secretas , no meio de bêbados reacioná rios , vendedores de cobras de vidro e moedas estrangeiras, encontrei uma América do Sul com vulcões de lamparinas ( era um sinal , Löic est va ali ) e pela segunda vez íamos nos encontrar , eu tinha a missão de dizer a ele que seu caminho nessa terra tinha gerado frutos vermelhos e ouro e aos depositantes isso lhes aprazia e ele devia manter-se de olhos abertos para que algum maluco não acabasse vendendo as pontas das unhas que ele acabasse de cortar . Mas , meu amigo Löic , tu és teu bom dono e sabes manejar bem teu caiaque . e eu que só sei de meu piccolo pianoforte que te posso dizer? acho que deveria sim , dizer aos mais habituados que nós somos hippies e que gosta mos de garagens , nos custa suor fazer esses peque nos mundinhos e nos dão o prazer suficiente para aguentar vê-los troca dos por dólares ou cruzados de prata ou quem sabe dizer que somos cínicos ou ingênuos o bastante para manejar os arcos e chamar o falcão que nossos pais adestraram e fazem a nosso vigília . Mas se sairmos do campo da representação sabemos que os habituados também tem o seu ponto certo e talvez já tenham cruzado o ar mais que nós mas te digo também ( como Lawrence ) que nós vamos cruzar esse deserto e chegar a Akaba , lá começa a luta , a mais sangrenta . Será que mataremos também como loucos ou veremos e deixaremos os xerifes executarem os raptores das belas sabinas . volto para o Löic e lembro do riso que me deu assim que desci do trem . tínhamos palavras semelhantes para dizer e mais uma vez estávamos sobre a mesma ponte ou sob ela no mesmo rio , por isso não cumpri a missão de fazer dele um bom manager . Resolvemos esquecer que estávamos no concurso e fomos à praia construir um vulcão de areia . Löic era cristão tinha uma família e um aparta mento no meio de uma cidade barroca , era especiali sta em iglús e pontes metálicas , acho que rezava todos os dias e também sabia o nome de alguns san tos fizemos alguns passeios e ele sabia o vocabulário das árvores e das lojas de brinquedos falava com os tambores as focas e os aviões , me ensinou a língua dos aeromodelos e eu o ensinei a tocar piano e a gostar de comida árabe alguns podiam achar que era um moralista , mas nem todos podiam entender que um cara podia gostar apenas de fazer seus iglús e deixar que alguns sonhadores tratem de comercializar isto ou aquilo que ele deixou escapar o transatlântico blue blue way take me from here oh my baby I''m sure
o cheiro de cafe do fim da tarde - o mesmo cheiro da manha o por do sol hj foi de um amarelo selvagem, quase contrangedor de tão intenso tudo em amarillo me faz ver vc hj senti mais uma vez aquela sensação estranha na pele e pelo mais um dia o começo de uma noite que deverá ser branca o trabalho anuncia seu fim, antes mesmo que eu o espere e com ele anuncia tambémo o retorno ao refugio da montanha antes mesmo que vc espere já penso no jardim e no gosto de manga
Em russo o verbo ter não acontece no entendimento. Não tenho um amigo, não tenho uma mulher, não tenho estes sapatos ou este amor. Reciprocamente fazemos uma relação, acordamos estar em companhia, usufruímos dos benefícios desta plantação. Tão pouco o verbo ser se conjuga no presente. No momento em que escrevo já sou o que fui e também o que não escolhi; e ainda os presságios de tudo que ainda poderei e quererei optar. Aconteço como a precisão de uma decisão. O russo colapsa e dilata o meu ponto de vista ordinário e obviamente ocidentalizado. Lança o vínculo para o espaço do sentimento. As carapuças caem. Não há o que temer. A desistência perde sentido. Barateia-se. O blasé fica irrisório. Inútil. A distância interna relativa. A beleza dos ciclos jorra seus frutos: Pode-se ir até o final do mundo. Pode-se também não quere ir até lá. És o que sentes. És o que nós construímos. Somos a escolha deste vínculo, mas somos uma escolha. Podemos ser, então, e assim, se quisermos, esta ou uma aposta parturiente.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Ele me chama de puta, de nojenta, diz que sou seu único amor, e é isso o que ele deve dizer e é isso que se diz quando se deixa o dizer acon- tecer, quando se deixa o corpo fazer e buscar e encotrar e tomar o que quer, e aí tudo é bom, não há restos, os restos são recobertos, tudo arrastado pela torrente, pela força do desejo. . . m.duras

domingo, 8 de novembro de 2009

Agora que decidi escrever sobre isso, ainda não estou certa se sobre isso, que sempre evito. Talvez eu precise de um amor apenas para ter algo leve-cortante para pensar enquanto olho pela janela do ônibus, a mesma paisagem... Agora estão sem graça as viagens. Penso em coisas sérias, e essas coisas exigem demais, não é agradável nem leve, ainda que cortante. Nada que rasgue nem de significativo para gravar nos outdoors. Tudo é breve e não pode ficar espalhado pela cidade. E claro que sinto falta, de tal forma que decidi e venho lhe pedir, querido, que fuja comigo.
Tenho um plano: Buenos Aires, você e eu. Não será difícil, cuidaremos cada um de arranjar um sustento. Faremos um ninhozinho, dessa vez teremos flores. Então eu sofrerei como desejo, como minha natureza pede, como me é vital. Você trará de novo a poesia. Eu voltarei a corroer-me cada vez que você sair as nove da manhã (mesmo que eu lhe apresse para isso, porque é importante que você não perca o emprego) e ficar tão atordoada passeando pela casa, até decidir dobrar cada uma de suas camisas e lhe possuir através disso. Depois, calada, mas ofendida, chorar porque você tarda e quando chega se interessa mais por um joguinho qualquer que por mim e, no fim, morrer tão deliciosamente nos seus braços, desesperadamente e de novo a cada lembrança. Agora mal lembro, meu bem. Lembro tão apagado, só os fatos, quase sem sensações. Preciso que me diga se vai, se vamos, se aceita. Como quando você estava com aquela tosse sem fim e eu não sabia mais o que fazer, pois sempre que muito me esforçava fazia alguma coisa errada, e sua tia, uma senhora tão doce, foi lhe salvar de mim e da tosse. Sua tia, que não me enganava nada com aquela candura e jeito de vovó, lhe tirou de mim. Eu chorei a noite toda, mas no dia seguinte, vesti uma roupa toda justa, um salto e pintei os olhos (eu sempre pintava os olhos e rosava as bochechas quando estava contigo) e fui lhe buscar de volta para meus descuidados. Você estava mimado, de meias, samba-canção, cachecol, vitamina e biscoito. Que me importava?, sem rodeios disse que você voltaria comigo e sem rodeios você obedeceu. Fez apenas um bilhete de desculpas, com sua letra linda e algumas mentiras. Então, escreve seus bilhetes de desculpas e vamos embora, porque quase não sinto mais sua falta.

O QUINTO DIA

Sobre o que for carregado, ser sobre o que fosse nada, rir e chorar desacordado, como o filho que não nasceu, olhar mais um tempo, negar o sórdido, esperar pelo vento, abraçar o sórdido, já que o vento não veio, pensar em cactos sedentos de areia, pensar em como os cactos são como nós mesmos, metáforas repartidas com uísque nacional, escutar a manhã de Grieg num antigo desenho animado, fazer carinho no próprio carro, uma charrete enguiçada, pensando numa antiga namorada, que desligou o telefone quando quase, sem ser convincente, você disse que a amava, e não somos convincentes, afinal mas precisamos, e duramos uma noite, e rimos para cima para que tudo escorra pelo rosto, ouvimos quem sabe os sons surdos dos banheiros públicos, uma certa ternura pelas meninas da Prado Júnior, sem conhecê-las ou falar de futebol para as meninas bocejarem, ser barbado e não ter idade, pensar em Ney Matogrosso com uma faca na Pizzaria Guanabara atrás do Cazuza, pensar naquela velha letra de música, de que muitos se envergonham, os meus amigos todos, i remember u well, u told me again, tonight i’m Kris Kristofferson, babe, gimme a head like nobody before, e as manhãs de abril em junho, a tua imagem congelada na porta do labirinto ou no ímã da geladeira, sou eu ali desaguando no teu ombro, desaguando feito criança sem mimo, fazendo xixi na cama sem poesia, despetalado no mal-me-quer, sublinhando frases em livros de amor: o amor será dar de presente um ao outro a própria solidão? Sou eu então não agüentando e escondendo velhos pactos debaixo do braço, a saudade que sinto quando estamos juntos e eu vejo nos teus olhos os restos do meu sorriso morto, sou eu enfim desaguando, é a estaca dos gestos, o quarto com a morrinha de uma amizade antiga feita há minutos para sempre sós, sou eu envergonhado sem ser músico te falando sobre a dificuldade de se fazer uma canção, uma cidade bonita finalmente, assim, sem música, no silêncio compassado de uma lembrança impressionista, uma vergonha bonita afinal, porque a cidade que sempre é feia de repente ficou bonita, de bochechas vermelhas, num risco de céu o avião que passa dizendo que os homens e mulheres vírgula, sou eu envergonhado pedindo perdão a todos os poetas que estavam ali quando não virei a cabeça, e antes de desligar ela disse sem me olhar nos olhos, porque afinal isso seria banal e óbvio, mas ela disse, ela disse e parecia uma frase já dita em algum lugar ainda pulsante, uma frase repetida de tantas despedidas sem lenço, de tantos abraços pela metade, de tantos socos na parede, coceiras incontroláveis, tremedeiras lúcidas, sim ela disse, ela disse eu vou embora, mas antes ela disse, ela disse eu não te amo nem você a mim, e ela disse isso sem olhar, porque olhar corrompe, ela disse você sabe falar, você fala sem parar, você fala amor amor amor amor, você chama o que te mata, você chegou atrasado, babe, você não sabe fumar cigarro kerouacamente, dia dos namorados e eu aqui pensando num antigo tema de Paganini, pensando no que me fez chorar estranhas lágrimas cor de sépia, pensando nela dizendo: você precisa desesperadamente de amor mas não ama ninguém. Mas há rosas vermelhas sobre a mesa, há um livro que nunca foi lido, aberto na página exata sobre a cama desfeita, há ainda o que serve para inventarmos presságios de aproximação com as pausas marcantes no fim do abraço que hesita, do beijo sonoro plágio de Sergio Sampaio dizendo: não ligue que a morte é certa, não chore que a morte é certa.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

carta de pai

Ainda que os sonhos mais impossíveis de serem sonhados, os mares e ventos os mais rebeldes, revoltos e tempestuosos, de todo o nosso mundo, e de outros que ainda vamos visitar, ainda que as galáxias colidam produzindo supernovas gerando estrelas de todos os brilhos, chega um momento em que, aqueles e aquelas que têm paixão pela vida( e pelo que fazem), precisam do RESPIRO começar a Falar... (lembra do Respiro do Youtube,,,) Vc minha querida, aliás, mais querida do que nunca, te admiro-te e te amo-te pra sempre. É que os meus átomos são os mesmos dos que foram produzidos pela explosão de uma supernova(!) no local onde vivo. Então, é pra sempre mesmo..eheh !!! Balançando na rede de sol nascente da Lica re,re... bjs pra vc de quem te adora.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

60 watts

“Esta mañana se me ocurrió que el nombre de la revista podría ser “60watts”…les explico: se supone que las ampolletas con esa potencia son aquellas que iluminan de manera más pobre las habitaciones. Las usan generalmente en los suburbios y barrios marginales porque son las más baratas. La idea que está involucrada es la de la precariedad: la literatura como un hacer marginal, una lucha por una luz que es escasa. No se trata de ser “marginal” porque sí, ni como una pose, sino de iluminar elementos de la literatura, la música, el arte que en general pasan desapercibidos. Por otro lado, las ampolletas de ese tipo forman parte de la “cultura” industrial de nuestros días, las encuentras en cualquier parte. Y una de las motivaciones por las que hemos querido armar esto es “insuflarle” al medio un aire más fresco, una mirada más viva, por eso es que vamos a integrar críticas de discos, de libros, de películas desde una perspectiva personal, “crónicas” donde nosotros estemos involucrados y haya una conexión con el entorno en que vivimos. No queremos que la revista sea simplemente una revisión de…”.

FILHO

o primeiro amor morreu.

por enquanto não temos

nenhum outro disponível,

mas, veja por este lado,

temos um campo submerso

de possibilidades débeis,

até mesmo os raríssimos

segundo, terceiro amor.

amor agonizante é pecado.

dar-lhe, portanto, um tiro

na cabeça – e só a morte

da carne entorpecida trará

de volta à pele os poros,

por onde suar novas regras.

e o que chamam paixão nua

pode ser você e eu, avante,

de novo dois desconhecidos,

dando a mão para atravessar

a grande rua difícil, sem ver

que o mais por debaixo fica,

leite para os sedentos lábios

da primeira morte madalena.

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