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o tempo de uma gaveta aberta
é o tempo de uso de uma gaveta aberta
é o tempo de uma gaveta em uso
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érica zíngano | francine jallageas | ícaro lira | lucas parente

quinta-feira, 29 de abril de 2010

The Burial Of The Dead (O Enterro Dos Mortos) - T.S Eliot

O Enterro Dos Mortos Abril é o mês mais cruel, germinando Lilases da terra dos mortos, misturando Memórias e desejo, avivando Raízes inertes com chuva da primavera. O inverno nos manteve aquecidos, cobrindo A terra com a neve omissa, nutrindo O pouco que vida com tubérculos ressequidos. O verão nos surpreendeu, tomando o Starnbergersee Com um aguaceiro; nós paramos junto aos pórticos E seguimos na luz do sol, dentro do Hoftgarten E bebemos café, e falamos por uma hora. Bin gar keine Russin, stamm' aus Litauen, echt deutsch E quando éramos crianças, hospedados com o arquiduque, Meu primo, ele me pôs em um trenó, E eu estava assustado. Ele disse, Marie, Marie, segure firme. E para baixo fomos. Nas montanhas, aí, você sente-se livre. Eu leio, a maior parte da noite, e vou para o sul no inverno. Quais são as raízes que se agarram, que galhos crescem Desse refugo pedroso? Filho do homem, Não podes dizer, ou adivinhar, pois apenas conheces Uma pilha de imagens partidas, onde o sol bate, E a árvore morta já não dá abrigo, os grilos nenhum conforto, E a pedra seca nenhum murmuro de água. Há Apenas uma sombra sob uma pedra rubra, (Venha para sob a sombra da pedra rubra), E eu te mostrarei algo que difere ou Da sua sombra que na manhã cavalgando atrás de ti Ou da tua sombra da tarde erguendo para encontrá-lo. Eu te mostrarei o medo em um punhado de pó. Frisch weht der Wind Der Heimat zu Mein Irisch Kind, Wo weilest du? “Faz agora um ano que me destes jacintos; Eles me chamavam de garota dos jacintos” - Mesmo assim voltastes, tarde, do jardim dos jacintos, Teus braços cheios, teus cabelos molhados, eu não pude Falar, meus olhos falharam, eu não era nem Morto ou vivo, eu não sabia de nada, Olhando para dentro do coração de luz, o silêncio. Od' und leer das Meer. Madame Sosostris, vidente famosa, Estava muito resfriada, mesmo assim, É conhecida como a mais sábia mulher da Europa, Com seu baralho perverso. Aqui, disse ela, Está sua carta, o marinheiro Fenício afogado, (Essas são pérolas que eram seus olhos. Veja!) Aqui está beladona, a Dama dos Rochedos, A Senhora das Situações. Aqui está o homem com três bastões, e aqui a Roda, E aqui o mercador caolho, e essa carta, Em branco, é algo que ele leva nas costas, Que me foi proibido ver. Eu não vejo O Enforcado. Tema a morte por água. Eu vejo multidões, vagando em círculo. Obrigada. Se veres a querida senhora Equitone, Diga-lhe que trago o horóscopo eu mesma: Todo cuidado é pouco hoje em dia. Cidade Irreal, Sob a névoa marrom de uma alvorada de inverno, Uma multidão fluindo pela Ponte de Londres, tantos, Eu não havia pensado que a morte desfez tantos. Suspiros, curtos e irregulares, foram exalados, E cada homem fixou seus olhos ante seus passos. Fluindo montanha acima e Rua King William abaixo, Até onde Saint Mary Woolnot marcava as horas Com um som surdo na badalada final das nove. Lá eu alguém que eu conhecia, e o parei berrando “Stetson! “Tu que estavas comigo nos navios em Mylae! “Aquele corpo que plantastes ano passado em teu jardim, “Já começou a brotar? Florescerá esse ano? “Ou a geada repentina perturbou seu leito? “Oh mantenha o cão a distância, esse amigo do homem, Ou com suas unhas ele o desenterrará novamente! "Você! hypocrite lecteur!—mon semblable,—mon frere!"

The Burial of the Dead


April is the cruellest month, breeding  Lilacs out of the dead land, mixing Memory and desire, stirring Dull roots with spring rain. Winter kept us warm, covering Earth in forgetful snow, feeding A little life with dried tubers. Summer surprised us, coming over the Starnbergersee With a shower of rain; we stopped in the colonnade, And went on in sunlight, into the hogarten, And drank coffee, and talked for an hour. Bin gar keine Russin, stamm' aus Litauen, echt deutsch. And when we were children, staying at the arch-duke's, My cousin's, he took me out on a sled, And I was frightened. He said, Marie, Marie, hold on tight. And down we went. In the mountain, there you feel free. I read, much of the night, and go south in the winter.  What are the roots that clutch, what branches grow  Out of this stony rubbish? Son of Man, You cannot say, or guess, for you know only  A heap of broken images, where the sun beats,  And the dead tree gives no shelter, the cricket no relief,  And the dry stone no sound of water. Only  There is shadow under this red rock,  (Come in under the shadow of this red rock),  And I will show you something different from either  Your shadow at morning striding behind you  Or your shadow at evening rising to meet you;  I will show you fear in a handful of  dust. Frisch weht der Wind Der Heimat zu Mein Irisch Kind, Wo weilest du?  'You gave me hyacinths first a year ago; They called me the hyacinth girl.' - Yet when we came back, late, from the hyacinth garden,  Your arms full, and your hair wet, I could not  Speak, and my eyes failed, I was neither Living nor dead, and I knew nothing, Looking into the heart of light, the silence. Oed' und leer dos Meer.     Madame Sostoris, famous clairvoyante, Had a bad cold, nevertheless Is known to be the wisest woman in Europe, With a wicked pack of cards. Here, said she, Is your card, the drowned Phoenician Sailor,  (Those are pearls that were his eyes. Look !) Here is Belladonna, the Lady of the Rocks, The lady of situations. Here is the man with three staves, and here the Wheel, And here is the one-eyed merchant, and this card, Which is blank, is something he carries on his back, Which I am forbidden to see. I do not find The Hanged Man. Fear death by water. I see crowds of people, walking round in a ring. Thank you. If you see dear Mrs. Equitone, Tell her I bring the horoscope myself: One must be so careful these days.  Unreal City, Under the brown fog of a winter dawn, A crowd flowed over London Bridge, so many,  I had not thought death had undone so many.  Sighs, short and infrequent, were exhaled, And each man fixed his eyes before his feet. Flowed up the hill and down King William Street, To where Saint Mary Woolnorth kept the hours With a dead sound on the final stroke of nine. There I saw one I knew, and stopped him, crying: 'Stetson! You who were with me in the ships at Mylae!  That corpse you planted last year in your garden, Has it begun to sprout? Will it bloom this year? Or has the sudden frost disturbed its bed? 0h keep the Dog far hence, that's friend to men, Or with his nails he'll dig it up again! You! hypocrite lecteur! - mon semblable, - mon frere!'   

Gentlemen-Rankers - Kipling

Cavalheiros-Rasos

Para a legião dos que se perderam, para a coorte dos amaldiçoados, Para os meus confrades no seu sofrimento além-mar, Canta um cavalheiro inglês criado com pureza, por máquinasatufado, E um cavaleiro da Imperatriz, se te agradar. Sim, um cavaleiro das forças que governou seus seis cavalosbrancos, E com fé ele seguiu a marcha, seguiu cegamente E o mundo era mais que amigo quando ele empunhava o ferrofrio, Mas hoje o sargento é menos que clemente.

Somos pobres cordeirinhos desviados de seu rumo, Baa! Baa! Baa! Somos ovelhinha negras extraviadas no mundo, Baa-aa-aa! Cavalheiros-rasos soltos na vadiagem, Amaldiçoados daqui à Eternidade, Que Deus nos mostre piedade, Ba! Ia! Ba!

Oh, é doce suar por cocheiras, é doce esvaziar a lavagem da panelada, E é doce ouvir contos que ao cavaleiro apraz, Nos bailes regimentais dançar com domésticas desalinhadas E surrar o cadete que diz que você valsa bem demais Sim, te euforiza ser o que doma a sua tropa E ser marcado pela espora de fiada sem pudor, Quando você inveja, Oh intensamente, um pobre soldadodecente, Que enegrece as suas botas e por vezes lhe chama de “senhor

Se os lares para onde nunca escrevemos, se juras que nãohonramos, Bem sabemos tão distantes e tão amados, Através do roncante quartel voltasse para romper nosso sono, Seriamos culpados por se de cerveja nos encharcarmos? Quando o bêbado camarada murmura, e o guarda do farolresmunga, E está a nossa queda registrada em todo seu horror, Cada segredo, se revelando, no dolorido teto branco, Espanta-te que nos droguemos para escapar da dor?

Nós abandonamos Honra e Esperança, estamos perdidos para aVerdade e o Amor, Estamos caindo da escada degrau por degrau, E a medida de nossos tormentos é a medida de nossa juventude. Deus nos ajude, pois conhecemos muito jovens o mal! Nossa vergonha é limpa penitência para o crime que trouxe asentença, Nosso orgulho é que da espora do orgulho não sabemos, E a maldição de Rubem dura até que outra terra nos engula E morramos, sem que qualquer um saiba onde morremos.

Somos pobres cordeirinhos desviados de seu rumo, Baa! Baa! Baa! Somos ovelhinha negras extraviadas no mundo, Baa-aa-aa! Cavalheiros-rasos soltos na vadiagem, Amaldiçoados daqui à Eternidade, Que Deus nos mostre piedade, Ba! Ia! Ba!

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Gentlemen-Rankers

To the legion of the lost ones, to the cohort of the damned, To my brethren in their sorrow overseas, Sings a gentleman of England cleanly bred, machinely crammed, And a trooper of the Empress, if you please. Yea, a trooper of the forces who has run his own six horses, And faith he went the pace and went it blind, And the world was more than kin while he held the ready tin, But to-day the Sergeant’s something less than kind. We’re poor little lambs who’ve lost our way, Baa! Baa! Baa! We’re little black sheep who’ve gone astray, Baa—aa—aa! Gentlemen-rankers out on the spree, Damned from here to Eternity, God ha’ mercy on such as we, Baa! Yah! Bah!

Oh, it’s sweet to sweat through stables, sweet to empty kitchen slops, And it’s sweet to hear the tales the troopers tell, To dance with blowzy housemaids at the regimental hops And thrash the cad who says you waltz too well. Yes, it makes you cock-a-hoop to be “Rider” to your troop, And branded with a blasted worsted spur, When you envy, O how keenly, one poor Tommy being cleanly Who blacks your boots and sometimes calls you “Sir”.

If the home we never write to, and the oaths we never keep, And all we know most distant and most dear, Across the snoring barrack-room return to break our sleep, Can you blame us if we soak ourselves in beer? When the drunken comrade mutters and the great guard-lantern gutters And the horror of our fall is written plain, Every secret, self-revealing on the aching white-washed ceiling, Do you wonder that we drug ourselves from pain?

We have done with Hope and Honour, we are lost to Love and Truth, We are dropping down the ladder rung by rung, And the measure of our torment is the measure of our youth. God help us, for we knew the worst too young! Our shame is clean repentance for the crime that brought the sentence, Our pride it is to know no spur of pride, And the Curse of Reuben holds us till an alien turf enfolds us And we die, and none can tell Them where we died. We’re poor little lambs who’ve lost our way, Baa! Baa! Baa! We’re little black sheep who’ve gone astray, Baa—aa—aa! Gentlemen-rankers out on the spree, Damned from here to Eternity, God ha’ mercy on such as we, Baa! Yah! Bah!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Algo te identifica (César Vallejo)

Algo te identifica con el que se aleja de ti, y es la facultad común de volver: de ahí tu más grande pesadumbre.

Algo te separa del que se queda contigo, y es la esclavitud común de partir: de ahí tus más nimios regocijos.

Me dirijo, en esta forma, a las individualidades colectivas, tanto como a las colectividades individuales y a los que, entre unas y otras, yacen marchando al son de las fronteras o, simplemente, marcan el paso inmóvil en el borde del mundo.

Algo típicamente neutro, de inexorablemente neutro, interpónese entre el ladrón y su víctima. Esto, así mismo, puede discernirse tratándose del cirujano y del paciente. Horrible medialuna, convexa y solar, cobija a unos y otros. Porque el objeto hurtado tiene también su peso indiferente, y el órgano intervenido, también su grasa triste.

¿Qué hay de más desesperante en la tierra, que la imposibilidad en que se halla el hombre feliz de ser infortunado y el hombre bueno, de ser malvado ?

¡Alejarse! ¡Quedarse! ¡Volver! ¡Partir! Toda la mecánica social cabe en estas palabras.

En el momento en que el tenista... (César Vallejo)

En el momento en que el tenista lanza magistralmente
su bala, le posee una inocencia totalmente animal;
en el momento
en que el filósofo sorprende una nueva verdad
es una bestia completa.
Anatole France afirmaba
que el sentimiento religioso
es la función de un órgano especial del cuerpo humano
hasta ahora ignorado y se podría
decir también, entonces
que, en el momento exacto en que un tal órgano
funciona plenamente,
tan puro de malicia está el creyente,
que se diría casi un vegetal.
Oh alma! ¡Oh pensamiento! ¡Oh Marx! ¡Oh Feuerbach !

No vive ya nadie... (César Vallejo)

—No vive ya nadie en la casa —me dices—; todos se han ido. La sala, el dormitorio, el patio, yacen despoblados. Nadie ya queda, pues que todos han partido.

Y yo te digo: Cuando alguien se va, alguien queda. El punto por donde pasó un hombre, ya no está solo. Únicamente está solo, de soledad humana, el lugar por donde ningún hombre ha pasado. Las casas nuevas están más muertas que las viejas, por que sus muros son de piedra o de acero, pero no de hombres. Una casa viene al mundo, no cuando la acaban de edificar, sino cuando empiezan a habitarla. Una casa vive únicamente de hombres, como una tumba. De aquí esa irresistible semejanza que hay entre una casa y una tumba. Sólo que la casa se nutre de la vida del hombre, mientras que la tumba se nutre de la muerte del hombre. Por eso la primera está de pie, mientras que la segunda está tendida.

Todos han partido de la casa, en realidad, pero todos se han quedado en verdad. Y no es el recuerdo de ellos lo que queda, sino ellos mismos. Y no es tampoco que ellos queden en la casa, sino que continúan por la casa. Las funciones y los actos se van de la casa en tren o en avión o a caballo, a pie o arrastrándose. Lo que continúa en la casa es el órgano, el agente en gerundio y en circulo. Los pasos se han ido, los besos, los perdones, los crímenes. Lo que continúa en la casa es el pie, los labios, los ojos, el corazón. Las negaciones y las afirmaciones, el bien y el mal, se han dispersado. Lo que continua en la casa, es el sujeto del acto.

sábado, 17 de abril de 2010

Nau de dentro


o horizonte
é pérola e espuma
e por mim não guarda canto:
canta
abre a boca em cinco tons
            e os expele.

no horizonte
sem um porto a dar na vista
permaneço indevindo
rabiscando
quase nada recriando
      mil mentiras
e perdendo o eixo a rima
sem saber como
    voltar.







YOKATTA

Quando eu penso em seus olhos meus olhos estufam.
A lembrança belicosa aqui é amor e graça, mas como dói. As janelas pegam fogo bem como as casas, as ruas, as portas dos hospitais, dos puteiros, das escolas, das igrejas, tudo pega fogo, tudo se desfaz agora. É que a saudade fez morada do meu peito.  
Me fiz audaz, mas de nada adiantou.  
Meus pés e minhas mãos amputados, meus olhos cegos / O que sou agora?
As ruas me trazem o cheiro de volta, rapaz, e com calma finjo paciência. As ruas me trazem o seu cheiro de volta.
 
Agora que sou invisível, que estou morto, que não tenho mais pra onde ir,
agora sua vida começa.
 
Ikiru, ikiru,
shitashii.
Ikiru, ikiru,                 (oni)
shitashii.

Shitashii.
 
Shitashii. 

Cunhã  Ponderosa
      para Rogério Skylab


Ela,
brincando de soldado e faca pediu-me um beijo artesão. Respondi-lhe “sou quase indústria, lixo do mundo doente – jamais serei artesão”. 
Querendo mais-que-querendo mordeu meus lábios nervosos e depois cuspiu no chão. “Tens gosto de fumaça e tédio!”, me disse com cara de nojo.
“Eu sou um sujeito padrão”.
 
Babacas das grande cidades,
uni-vos.
 




Uirá dos Reis é  poeta e compositor.
Conversations Imaginaires
http://www.notesbulletin.net/note.php?note=109















































quinta-feira, 15 de abril de 2010

 

 

espejismo















|

 23:58 (9 minutos atrás)

meu
querido. vou-me agora dormir. mas queria dizer que entre cinco livros de
cortázar lençóis xampú de piolho earl grey dvds papel higiênico e um
cartão de hotel colhido na carretera de Logroño km. 258 atrás do qual
estão listados meus afazeres não pude sair da cama e fazer outra coisa
além de esquecer de tudo por detrás dos contos com algo de febre
pré-inferno astral mudança pulmão doendo a cada tosse. a ver se vejo o
sitio de web. a ver...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

chegou por aqui uma carta
estrelada
ela tem 5 pontas
como a maioria das estrelas
difícil saber de onde eu falo
se eu permaneço sempre no chão
liso
engomado
como um tapete
recém saído da loja
ontem
chegou por aqui uma carta
estrelada
ela tem 6 pontas
como a maioria das estrelas
difícil saber de onde a minha voz escapa
se ela permanece translúcida
depois de tanto esforço em fazê-la percorrer
uma ponta a outra
até chegar até você
chegou por aqui uma carta
estrelada
ela tem 3 pontas
como a maioria das estrelas
cadência no chão enquanto conto
pulando os números que atravesso
com a minha voz
em cada ponta eu me seguro de um
jeito
você também
chegou aqui por aqui
uma carta estrelada
ela tem 4 pontas
como a maioria das estrelas
ficamos conversando
em cada uma delas
das pontas
ouvido o eco das nossas próprias vozes
enquanto ao redor
todos os outros
ninguém falava
(concentração e desordem)
porque chegou uma carta-estrela
cheia de pontas
como a maioria das estrelas
cadentes, cadência
e nós ficamos por aqui
em cada uma das pontas
conversando
conversando longe
ouvindo o eco das nossas próprias vozes
desaparecer
enquanto as pontas cada ponta
das estrelas
se despregavam delas mesmo
até o infinito
brilhando

segunda-feira, 12 de abril de 2010
















sábado, 10 de abril de 2010





natal 2008

terça-feira, 6 de abril de 2010


maria grabiela
EntradaX

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mostrar detalhes 19/12/09 




http://effraroad.blogspot.com/2009/11/p-or-que-hesitas-entao-porque-tu.html


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llansol(2).jpgllansol(2).jpg
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zinganando,luc,xux

você já viu um livro do gonçalo tavares breves notas sobre as Ligações (Llansol, Molder e Zambrano)!?
quase comprei de natal pra você esses dias,compro?
o senhor gonçalo e uma outra coisa acabei de ler um livro de poesia dele.(O Homem ou é tonto ou émulher)
sim poesia sim,llansol!?
tenho uma fábrica de desespero debaixo da língua.por isso falo tão pouco.

8.
tenho flores a sair da porta dos armários e nunca tive um armário na minha vida.isto,claro é muito estranho.
o normal seria eu ter um armário e não ter flores a sair dele.mas a verdade é que é tudo ao contrário.
tenho flores a sair da porta de um armário que nunca tive.
46.
uma vez li  um livro que tinha um título que ainda hoje me incomoda.o título era;a minha necessidade de consolo é
impossível de satisfazer.era este o título.quem escreveu isto suicidou-se.a minha necessidade de consolo é impossível de satisfazer.a tua necessidade de consolo é impossível de satisfazer.

--




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mostrar detalhes 19/12/09

ainda tem o herberto helder os passos em volta
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mostrar detalhes 19/12/09
ando lendo o lisboaleipzig 1. queria escrever pra voces.
cheguei agora em barcelona. mais exatamente cerdanyola.
3 graus mais umidade. jogo do sevilla na televisao.
o apujarra nevado. o aviao dando a volta nele.
por do sol. lua nova crescente.
fiquei imaginando um turner pintando da janela vendo a asa e as nuvens.
enfim. tomo um banho e escrevo com calma excitada. a ver...
voltando com elomar na cabeca. depois de tanta musica russa... as areias de ouro.
beijos enormes.



ainda tem o herberto helder os passos em volta
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hoje gosto muito do jogo da liberdade da alma (1999-2003)
lisboaleipzig (1994 e textos da década de 90)  é o poder da escrita 
do encontro possível
que a escrita pode promover
falcão no punho (1985/1998) é chamado o diário 1 mas a cronologia é da década de oitenta
e o diário 2, finita, data da década de 70
(este procedimento de inversão temporal, em llansol chama-se sobreimpressão)
o ardente texto joshua é um mergulho nos cadernos de teresa de lisieux que morreu com hemoptise
escrevendo com sangue
esse é um encontro de junção e transformação
de como os outros " participam" (alteridade) da escrita da llansol

vamos conversando
llansol

o herberto helder nasceu a]em 23/11
(ambos sagitarianos de estrelas)

ele não é só os passos em volta
ele não mostra o rosto
quando ele lança um livro tudo se esgota
assim
zaz

os passos em volta é "prosa"
mas o bom é mergulhar na poesia
"ou o poema contínuo"

ele é um alquimista 
da palavra

os dois são,
ao meu modo
bruxos da linguagem

o poder da escrita

posso scanear o do peixe que pra mim coloca todo o problema 
da representação e da arte

ps do ps. acho que depois de 4 anos vou voltar pra fortaleza.


hoje gosto muito do jogo da liberdade da alma (1999-2003)
lisboaleipzig (1994 e textos da década de 90)  é o poder da escrita 
do encontro possível
que a escrita pode promover
falcão no punho (1985/1998) é chamado o diário 1 mas a cronologia é da década de oitenta
e o diário 2, finita, data da década de 70
(este procedimento de inversão temporal, em llansol chama-se sobreimpressão)
o ardente texto joshua é um mergulho nos cadernos de teresa de lisieux que morreu com hemoptise
escrevendo com sangue
esse é um encontro de junção e transformação
de como os outros " participam" (alteridade) da escrita da llansol

vamos conversando
llansol

o herberto helder nasceu a]em 23/11
(ambos sagitarianos de estrelas)

ele não é só os passos em volta
ele não mostra o rosto
quando ele lança um livro tudo se esgota
assim
zaz

os passos em volta é "prosa"
mas o bom é mergulhar na poesia
"ou o poema contínuo"

ele é um alquimista 
da palavra

os dois são,
ao meu modo
bruxos da linguagem

o poder da escrita

posso scanear o do peixe que pra mim coloca todo o problema 
da representação e da arte

ps do ps. acho que depois de 4 anos vou voltar pra fortaleza.

20/12/09



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ps. a llansol nasceu em 24/11, dia do spinoza, a chave é ele
hoje gosto muito do jogo da liberdade da alma (1999-2003)
lisboaleipzig (1994 e textos da década de 90)  é o poder da escrita 
do encontro possível
que a escrita pode promover
falcão no punho (1985/1998) é chamado o diário 1 mas a cronologia é da década de oitenta
e o diário 2, finita, data da década de 70
(este procedimento de inversão temporal, em llansol chama-se sobreimpressão)
o ardente texto joshua é um mergulho nos cadernos de teresa de lisieux que morreu com hemoptise
escrevendo com sangue
esse é um encontro de junção e transformação
de como os outros " participam" (alteridade) da escrita da llansol

vamos conversando
llansol

o herberto helder nasceu a]em 23/11
(ambos sagitarianos de estrelas)

ele não é só os passos em volta
ele não mostra o rosto
quando ele lança um livro tudo se esgota
assim
zaz

os passos em volta é "prosa"
mas o bom é mergulhar na poesia
"ou o poema contínuo"

ele é um alquimista 
da palavra

os dois são,
ao meu modo
bruxos da linguagem

o poder da escrita

posso scanear o do peixe que pra mim coloca todo o problema 
da representação e da arte

ps do ps. acho que depois de 4 anos vou voltar pra fortaleza.

mostrar detalhes 20/12/09
ez, depois me explica isso do mestrado durar mais que dois anos? eu estou completamente maluca e me achando incapaz de cumprir meu prazo - o prazo regular é dois anos...

estou aqui com um livro do helder que se chama doze nós numa corda, o que me interessou no livro, primeiro foi o Israfel, as versões poe \ mallarme \ artaud \ helder. mas o livro é incrível tem uma reunião de poemas do Artaud e do Michaux mudados para o portugues pelo Helder... e por causa de um livro que faz um recorte artaud-michaux-beckett, voltei a ler beckett. meu primeiro amor e tem aquela versão cosac linda e a versão gallimard linda e fico indo de uma pra outra. assim estou muito com os tres na cabeça.

ez sobre o tempo que é o de carta não fique aflita, eu tbm ainda não consegui enviar via correio o que deve seguir pelo correio e ao ícaro, xuxu não tenho seu cep..

beijos domingos

to relendo e-mail ez to relendo constantinopla ai ai o amor dilata os vasos sanguíneos o amor des\espera muitíssimo..

sempre achamos pelo caminho esses blogs\sites que parecem dialogar com o jeito-conteúdo astrolábio, as vezes penso que devíamos mandar um alô a essas pessoas afins, mas isso pode ser com a astropronta, né?

e o próximo número?

beijos domingos

í
li teu e-mail cortando beterrabas, obrigada obrigada, ainda não sei o que vai ser, te escrevo-ligo-vejo em breve!

hj estou bem.

Beijos Domingos



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mostrar detalhes 21/12/09
sorry people. não queria ser tão altista/verborrágico.
depois disso / hoje me dedico aos textos de vocês.
aqui chove quase neva. gotas congelando no ferro da grade.
beijos.
escutando nas barrancas do rio gavião (tirado do vinil)

algo assim:

granada - aeroporto - 19/12/09

   * empañado significa embaçado ou é outra coisa?
     num carro filme road o vidro empañado.
     brumas coisas coloridas passam no meio cinza.
     uma mão um dedo traça enxuga o vidro. só uma linha um pouco grossa através da qual as coisas passando os campos oliveiras ao redor de granada.
     chego no aeroporto. leio llansol. me sinto na montanha. o falcão os pirineus me aguardam voando um vôo de pedra. ramon llull. 
     um manto roxo numa gruta.
     marrom verde cinza azul e roxo.
                 entro no avião.

aterrissando em barcelona
depois de ver tanta neve do alto
e revoar contornando o apujarra
penso na questão da paisagem
da textualidade llansol aplicada ao cinema.
o avião faz uma curva brusca
é de noite
estamos no meio do mar.
"o texto é integralmente figura e fulgor".

... figura ...  fulgor.

escrever agora me da vertigem.
perco o chão.
o ruído das rodas desabrochando do avião.
o quadrado de Barcelona se me apresenta.
la ciutat neta.
Tibidabo por detrás. Montjuic - no veo los bloques.  
luego vuelvo a llansol.
agora baixo na zona franca.

(o pouso tão veloz tapete que nem se apercebeu do ponto entre o ar e a terra)
                            incrível.
6:55. 6˚ C.

***

pensando no sentido da palavra llansol. pensando inventando uma etimologia topológica. 
sol, é claro. e llan que pode ser llano, llana, em dois sentidos: plano e raso. "el llano" remete a uma paisagem, uma planície. el llano en llamas. os argentinos pronunciam "xano" (el xano en xamas). me parece "chão". assim que ___________ chãosol.

***

me parece que llull e llansol são nomes pra escrever com letra minúscula sempre. dois l’s não fazem sentido quando um deles é maior que o outro, se dobrando em perna. os dois têm que estar de pé.

***

"
como continuar o humano?
Que vamos nós fazer de nós?
Que sonho vamos nós sonhar que nos sonhe?
Para onde é que o fulgor se foi?
Como romper estes cenários de "já visto" e "revisto" que nos cercam?
     É minha convicção que, se se puder deslocar o centro nevrálgico do romance, descentrá-lo do humano consumidor de social e de poder,      operar uma mutação da narratividade e fazê-la deslizar para a textualidade 
um acesso ao novo, ao vivo, ao fulgor,
nos é possível.
     Mas que nos pode dar a textualidade que a narratividade já não dá (e, a bem dizer, nunca nos deu?).
     A textualidade pode dar-ns acesso ao dom poético, de que o exemplo longínquo foi a prática mística. Porque, hoje, o problema não é fundar a liberdade, mas alargar o seu âmbito, levá-la até ao vivo,
fazer de nós vivos no meio do vivo.
     Sem o dom poético,   a liberdade de consciência definhará. O dom poético é, para mim, a imaginação criadoria própria do corpo de afectos, agindo sobre o território das forces virtuais, a que poderíamos chamar os existents-não-reais.        
     Eu afirmei que nós somos criados, longe, à distância de nós mesmos; a textualidade é a geografia dessa criação improvável e imprevisível; a textualidade tem por órgão a imaginação criadora, sustentada por uma função de punjança_______o vaivém da intensidade. Ela permite-nos,
a cada um por sua conta, risco e alegria,     abordar a força, o real que há-de vir ao nosso corpo de afectos.

     Na verdade, proponho uma emigração para um LOCUS/LOGOS, paisagem onde não há poder sobre os corpos, como, longínquamente, nos deve lembrar a experiência de Deus,
Fora de todo contexto religioso, ou até sagrado.
     Apenas sentir, ao nosso lado, dentro e fora de nós, perto e longe, uma realidade inconfundível, incomunicável, incompreensível e inimaginável mas que é, como nós, à sua imagem, unicamente presença________que nunca poderão falar, e que entre si trocarão um texto sem fim, feito de sinais, gatafunhos, que escrevem, mutuamente que as nossas presenças não nos fazem mal, nem medo.
     Os meus livros contam que essa emigração já começou, e vem longe. Mas nunca direi que é a sua hora. Não sei.
    A textualidade não tem, sequer, poder para considerar enigmatica a realidade. Pela mutação de estilo, pela mutação frásica e pela mutação vocabular, pelo tratamento do mais universal foi dado ao homem – um lugar e uma língua –, ela abre caminho à emigração
das imagens,
dos afectos,
e das zonas vibrantes da linguagem.
     Sem provocação, diria: a textualidade é realista, se se souber que, neste mundo, há um mundo de mundos, e que ela os pode convocar, para todos os tempos, para lá do terceiro excluído, e do princípio de não-contradição.
"
lisboaleipzig 1 pags. 120 121 .

a textualidade topografia. fazer um filme que seja espaço. porque o ser humano, realmente, já não parece mais humano. talvez a unica maneira de sê-lo é radicalizando essa dissolvência no espaço. esse ser coisa. esse limite. entre o me (being) e o it (mineral, vegetal, animal). fazer filmes com carbono 14. sobre a terramoto, por exemplo. paisagem. espaço locus ponto de encontro. o pensamento como fenômeno físico. “como o raio”. o caminho do mar (fulgor), a casa (figura). nós (contemplantes). Abria atrás de nós a última porta (ponto-voraz).

figura.
cena fulgor.
esse.
ponto-voraz.
ser-humano.

sinto muito tudo isso na poesia do Fernando, por exemplo, em que sempre há ali figuras (…) e fulgores (…), percorrendo um risco de se dissolver um no outro (através de pontos-vorazes que se abrem despetalam/despertam em cenas-fulgores). sempre um vai-e-vem in out in out.

como se a figura se torna-se (se distanciando) contemplante. e a paisagem fulgor se torna-se, aproximando-se, ponto-voraz. a dissolvência no outro. e a volta.

a sobreimpressão de cronotopos (costumo dizer justaposição, mas a verdade é que é um termo eisensteiniano e prefiro mesmo sobreimpressão, é mais textual imagético). as constelações montagem alegoria ruína benjamin sempre. produzir contextos (como diz lipovetsky), mas posso estar enganado.

***

a minha vida é como essa luz que deixa passar claridade para o outro aposento. por isso, é conforme a este dia, ao outro, ao dia seguinte, e produz semelhança, sem o ônus da monotonia. tenho a sensação de deixar espalhados pela casa, e pelos móveis, pedaços simples de textos livres que, de antemão, nunca serão um livro.

.amo essa parte.  

***

érica. você conheceu o Daniel Ribeiro em Sintra/Lisboa não foi? aquele mineiro que pensa em fazer um filme sobre/com a llansol. que trabalha na casa arquivo dela. achei ele lá. e o Francesco. que fez o CANTO DA TERRA D’ÁGUA que tem muito de vento. nossa. vontade de morar em Portugal. ouvi dizer que esse filme foi parar no Ceará e que o Uirá escreveu sobre ele (que conexões mundo!). tentem arrumar cópias – vejo se mando uma.

***

o turismo como um fenômeno passageiro. um dia olharão pra trás e dirão que “o turismo foi um fenômeno da passagem do século XX ao XXI, fenômeno típico das épocas cumulativas, das belle-epoques conservadoras, assim como, no final do século XIX, D. Fernando junta tudo, falseia tudo, e manda construir o palácio da pena, colecionando até mesmo a grua dos monges jerônimos.

mas hoje são japoneses fotografando espelhos d’água granadinos, reflexos árabes na espanha andaluza, e a necessidade do click. sem olhar, sem sequer caminhar. Apenas o click e o giro, o click e o giro. como se fosse um golpe único – aquele lance barthes/sontag: eu ocidental tiro várias fotos para depois escolher; os japoneses tiram fotos golpes de espada.

***

Granada - café en el Albayzin - 16/12/09

   *un colchón y un cobertor en el suelo lleno de rúculas, frente a un muro enorme. (Sacromonte, el cerro de las cuevas).
    él dice (quizá a la cámara) que "el buen salvaje es el hombre natural, que vive directamente la naturaleza, comiendo lo que cultiva", etc.
    ella dice que "surge de la industrialización, como el paisajismo que viene de las grandes ciudades o el espejismo del desierto. es el reflejo del hombre predador del hombre (hombre luppo del hombre)". "como un muro que 'tá hecho pa' pinta', pa' subi' ", 
"pa' mear", contesta él.
    "pa' mi", dice él, "el problema está en esta distancia del paisaje, pues estoy aquí, pero nunca me siento parte de esto, nunca "soy" esto. creo que ser parte del paisaje y no dominarlo, no desearlo esteticamente, no hacer del paisaje un estilo (no humanizarlo), esto es lo principal del buen salaje, y esto no hacemos de estas cuevas. estar y ser el paisaje."
    mientras habla esto mira Granada desde arriba y después la encuadra con las dos manos, como se estuviera imaginando una película o fotografía. entre sus dedos, en el paisaje, vemos un hombre vestido de empresario. él se aproxima.
    
   *(cena II)
    el hombre y después la mujer tiran las letras "y" y "o" en el río del Albayzin (del Paseo de los Tristes). una voz dice "quizás, encontes, ser el paisaje es solo estar indiferente".
   *(III)
    llega el empresaio en el sacromonte.
    ."a good day, isn't it?".
                    o
    ."nice view". dice sin mirar.
    
                                             II
   
   *en el sacromonte él mira la puesta del sol sentado en un sillón en medio de la mata, con otros trés sillones alrededor de las cenizas de una hoguera de ayer. el cielo cambia. los rastros rojos le hacen pensar en el origen del nombre Alhambra (al-hamra). cuando se va el último rojo, quedando solo un poco de amarillo-verde, él se va. los perros ladran.
    pasa por en frente de una de las casas-cueva. en ella ve una mujer entre luces de vela. se miran - parece un largo rato. él no se detene.

    entra una cartela:

    ."cuantos encuentros se pierden en medio del camino".

    se repite la mirada. ella alumbrada por las velas. él oscuro, pero con los ojos reflejando las velas. 
    él entra en la casa-cueva colorida.
    "me ofreces un vasito de água?"
    "claro".
    todo tiene doble sentido. Granada es la ciudad de las fuentes. bajo el signo de la fertilidad. los trés ríos (el Darro, el Genil y el Dílar). las estátuas-ríos que representan el verano-hojas-, la primavera-flores-, el otoño-uvas-. el invierno que no está. es seco y sin representación. una corona de espinos?
    "claro" dice ella. le da el agua. é la toma de una sola vez. le mira y le devuelve el vaso agradeciendo sin palabras.
    "hasta luego". se va.
    "espera". le llena otro vaso.
    "toma". "de adonde eres?" - mientras él bebe. "de lejos". "como te llamas?". "virgulino". ella sonríe. "¿no quieres sentarte mientras hago un té?, virgulino. está frío afuera."

    la auséncia, la despedida, la impotencia creadoras de imaginación. 
    sigue solo por las callejuelas oscuras y blancas del Sacromonte. Albayzin.  




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mostrar detalhes 21/12/09
respondo em azul
atravessando a escrita do luc
luck, godard


fran, o seu está em curso...


sorry people. não queria ser tão altista/verborrágico.
depois disso / hoje me dedico aos textos de vocês.
aqui chove quase neva. gotas congelando no ferro da grade.
beijos.
escutando nas barrancas do rio gavião (tirado do vinil)

algo assim:

granada - aeroporto - 19/12/09

   * empañado significa embaçado ou é outra coisa?
     num carro filme road o vidro empañado.
     brumas coisas coloridas passam no meio cinza.
     uma mão um dedo traça enxuga o vidro. só uma linha um pouco grossa através da qual as coisas passando os campos oliveiras ao redor de granada.
     chego no aeroporto. leio llansol. me sinto na montanha. o falcão os pirineus me aguardam voando um vôo de pedra. ramon llull. 
     um manto roxo numa gruta.
     marrom verde cinza azul e roxo.
                 entro no avião.

aterrissando em barcelona
depois de ver tanta neve do alto
e revoar contornando o apujarra
penso na questão da paisagem
da textualidade llansol aplicada ao cinema.
o avião faz uma curva brusca
é de noite
estamos no meio do mar.
"o texto é integralmente figura e fulgor".

a figura e o fulgor, tanto no lisboaleipzig quanto no falcão no punho, na minha ediçao pg 130/131
ela explica, desnovela os termos
(ela reiventa os termos no interior do que chama de textualidade) 
... figura ...  fulgor.

escrever agora me da vertigem.
perco o chão.
o ruído das rodas desabrochando do avião.
o quadrado de Barcelona se me apresenta.
la ciutat neta.
Tibidabo por detrás. Montjuic - no veo los bloques.  
luego vuelvo a llansol.
agora baixo na zona franca.

(o pouso tão veloz tapete que nem se apercebeu do ponto entre o ar e a terra)
                            incrível.
6:55. 6˚ C.

***

pensando no sentido da palavra llansol. pensando inventando uma etimologia topológica. 
sol, é claro. e llan que pode ser llano, llana, em dois sentidos: plano e raso. "el llano" remete a uma paisagem, uma planície. el llano en llamas. os argentinos pronunciam "xano" (el xano en xamas). me parece "chão". assim que ___________ chãosol.

ando lendo como anzol. apagando os elês. 

***

me parece que llull e llansol são nomes pra escrever com letra minúscula sempre. dois l’s não fazem sentido quando um deles é maior que o outro, se dobrando em perna. os dois têm que estar de pé.
acho bonito a diferença no igual do L, como Llosa.
algo que é igual, mas diferente. 

***

"
como continuar o humano?
Que vamos nós fazer de nós?
Que sonho vamos nós sonhar que nos sonhe?
(acho essa uma pergunta pessoana) 
Para onde é que o fulgor se foi?
Como romper estes cenários de "já visto" e "revisto" que nos cercam?
     É minha convicção que, se se puder deslocar o centro nevrálgico do romance, descentrá-lo do humano consumidor de social e de poder,      operar uma mutação da narratividade e fazê-la deslizar para a textualidade 
um acesso ao novo, ao vivo, ao fulgor,
nos é possível.
     Mas que nos pode dar a textualidade que a narratividade já não dá (e, a bem dizer, nunca nos deu?).
     A textualidade pode dar-ns acesso ao dom poético, de que o exemplo longínquo foi a prática mística. Porque, hoje, o problema não é fundar a liberdade, mas alargar o seu âmbito, levá-la até ao vivo,
fazer de nós vivos no meio do vivo.
     Sem o dom poético,   a liberdade de consciência definhará. O dom poético é, para mim, a imaginação criadoria própria do corpo de afectos, agindo sobre o território das forces virtuais, a que poderíamos chamar os existents-não-reais.        
     Eu afirmei que nós somos criados, longe, à distância de nós mesmos; a textualidade é a geografia dessa criação improvável e imprevisível; a textualidade tem por órgão a imaginação criadora, sustentada por uma função de punjança_______o vaivém da intensidade. Ela permite-nos,
a cada um por sua conta, risco e alegria,     abordar a força, o real que há-de vir ao nosso corpo de afectos.

     Na verdade, proponho uma emigração para um LOCUS/LOGOS, paisagem onde não há poder sobre os corpos, como, longínquamente, nos deve lembrar a experiência de Deus,
Fora de todo contexto religioso, ou até sagrado.
     Apenas sentir, ao nosso lado, dentro e fora de nós, perto e longe, uma realidade inconfundível, incomunicável, incompreensível e inimaginável mas que é, como nós, à sua imagem, unicamente presença________que nunca poderão falar, e que entre si trocarão um texto sem fim, feito de sinais, gatafunhos, que escrevem, mutuamente que as nossas presenças não nos fazem mal, nem medo.
     Os meus livros contam que essa emigração já começou, e vem longe. Mas nunca direi que é a sua hora. Não sei.
    A textualidade não tem, sequer, poder para considerar enigmatica a realidade. Pela mutação de estilo, pela mutação frásica e pela mutação vocabular, pelo tratamento do mais universal foi dado ao homem – um lugar e uma língua –, ela abre caminho à emigração
das imagens,
dos afectos,
e das zonas vibrantes da linguagem.
     Sem provocação, diria: a textualidade é realista, se se souber que, neste mundo, há um mundo de mundos, e que ela os pode convocar, para todos os tempos, para lá do terceiro excluído, e do princípio de não-contradição.
"
lisboaleipzig 1 pags. 120 121 .
(esse texto é basilar, bussular, pq apontapra lugares, onde onde onde
foi lido por ela na cerimônia da APE, até hoje em portugal as pessoas não aceitam muito o trabalho da llansol, tida como louca, e não entendem o trabalho dela no âmbito da narrativa, pq ela "não narra" para eles, ela é "filosófica" 


a textualidade topografia. fazer um filme que seja espaço. porque o ser humano, realmente, já não parece mais humano. talvez a unica maneira de sê-lo é radicalizando essa dissolvência no espaço. esse ser coisa. esse limite. entre o me (being) e o it (mineral, vegetal, animal). fazer filmes com carbono 14. sobre a terramoto, por exemplo. paisagem. espaço locus ponto de encontro. o pensamento como fenômeno físico. “como o raio”. o caminho do mar (fulgor), a casa (figura). nós (contemplantes). Abria atrás de nós a última porta (ponto-voraz).

figura.
cena fulgor.
esse.
ponto-voraz.
ser-humano.

sinto muito tudo isso na poesia do Fernando, por exemplo, em que sempre há ali figuras (…) e fulgores (…), percorrendo um risco de se dissolver um no outro (através de pontos-vorazes que se abrem despetalam/despertam em cenas-fulgores). sempre um vai-e-vem in out in out.
no pessoa há heterônimos, em llansol figura. "o nome decide o real" (finita)
procurar "figura" no vocabulário teatral,

drama-poesia
cenas
figura
(figura era como brecht chamava?) FRAN???? 

como se a figura se torna-se (se distanciando) contemplante. e a paisagem fulgor se torna-se, aproximando-se, ponto-voraz. a dissolvência no outro. e a volta.

a sobreimpressão de cronotopos (costumo dizer justaposição, mas a verdade é que é um termo eisensteiniano e prefiro mesmo sobreimpressão, é mais textual imagético). as constelações montagem alegoria ruína benjamin sempre. produzir contextos (como diz lipovetsky), mas posso estar enganado.
ela chama sobreimpressão.
pq o real se levanta como dobra e encontra, imprimindo no texto, uma sobre
não há apagamento, há encontros. 

***

a minha vida é como essa luz que deixa passar claridade para o outro aposento. por isso, é conforme a este dia, ao outro, ao dia seguinte, e produz semelhança, sem o ônus da monotonia. tenho a sensação de deixar espalhados pela casa, e pelos móveis, pedaços simples de textos livres que, de antemão, nunca serão um livro.
vida e obra.
Obra enciclopédia
rede
dinâmica de leitura

não conheci ninguém que tivesse se empenhado toda a vida em criar o seu próprio labirinto. 

.amo essa parte.  

***

érica. você conheceu o Daniel Ribeiro em Sintra/Lisboa não foi? aquele mineiro que pensa em fazer um filme sobre/com a llansol. que trabalha na casa arquivo dela. achei ele lá. e o Francesco. que fez o CANTO DA TERRA D’ÁGUA que tem muito de vento. nossa. vontade de morar em Portugal. ouvi dizer que esse filme foi parar no Ceará e que o Uirá escreveu sobre ele (que conexões mundo!). tentem arrumar cópias – vejo se mando uma.
***

não sei se o daniel ribeiro é o "ribão", marido da carol, que foi quem eu conheci.
sei que a mary tem um vídeo que eu nunca vi de um mineiro, que tb filmou sobre o manoel de barros.
não sei se é ele, acho que não. acho que são outras pessoas. 
sei o eduardo jorge ia fazer alguma coisa com alguém de minas, não sei se ele, sobre llansol.
me falou por alto, me chamou por alto. mas ninguém "participa" de alguma coisa "por alto".
e cansei de perguntar. não pergunto mais.  
o turismo como um fenômeno passageiro. um dia olharão pra trás e dirão que “o turismo foi um fenômeno da passagem do século XX ao XXI, fenômeno típico das épocas cumulativas, das belle-epoques conservadoras, assim como, no final do século XIX, D. Fernando junta tudo, falseia tudo, e manda construir o palácio da pena, colecionando até mesmo a grua dos monges jerônimos.

mas hoje são japoneses fotografando espelhos d’água granadinos, reflexos árabes na espanha andaluza, e a necessidade do click. sem olhar, sem sequer caminhar. Apenas o click e o giro, o click e o giro. como se fosse um golpe único – aquele lance barthes/sontag: eu ocidental tiro várias fotos para depois escolher; os japoneses tiram fotos golpes de espada.
pedi pro íkaro scanear a pg 80 do ardente texto joshua (escrever/combate/ espada) 
yuri, agrimensor do gesto.

***

Granada - café en el Albayzin - 16/12/09

   *un colchón y un cobertor en el suelo lleno de rúculas, frente a un muro enorme. (Sacromonte, el cerro de las cuevas).
    él dice (quizá a la cámara) que "el buen salvaje es el hombre natural, que vive directamente la naturaleza, comiendo lo que cultiva", etc.
    ella dice que "surge de la industrialización, como el paisajismo que viene de las grandes ciudades o el espejismo del desierto. es el reflejo del hombre predador del hombre (hombre luppo del hombre)". "como un muro que 'tá hecho pa' pinta', pa' subi' ", 
"pa' mear", contesta él.
    "pa' mi", dice él, "el problema está en esta distancia del paisaje, pues estoy aquí, pero nunca me siento parte de esto, nunca "soy" esto. creo que ser parte del paisaje y no dominarlo, no desearlo esteticamente, no hacer del paisaje un estilo (no humanizarlo), esto es lo principal del buen salaje, y esto no hacemos de estas cuevas. estar y ser el paisaje."
    mientras habla esto mira Granada desde arriba y después la encuadra con las dos manos, como se estuviera imaginando una película o fotografía. entre sus dedos, en el paisaje, vemos un hombre vestido de empresario. él se aproxima.
    
   *(cena II)
    el hombre y después la mujer tiran las letras "y" y "o" en el río del Albayzin (del Paseo de los Tristes). una voz dice "quizás, encontes, ser el paisaje es solo estar indiferente".
una version para el "E U"
en español?
a mi me gusta mucho. 
   *(III)
    llega el empresaio en el sacromonte.
    ."a good day, isn't it?".
                    o
    ."nice view". dice sin mirar.
    
                                             II
   
   *en el sacromonte él mira la puesta del sol sentado en un sillón en medio de la mata, con otros trés sillones alrededor de las cenizas de una hoguera de ayer. el cielo cambia. los rastros rojos le hacen pensar en el origen del nombre Alhambra (al-hamra). cuando se va el último rojo, quedando solo un poco de amarillo-verde, él se va. los perros ladran.
    pasa por en frente de una de las casas-cueva. en ella ve una mujer entre luces de vela. se miran - parece un largo rato. él no se detene.

    entra una cartela:

    ."cuantos encuentros se pierden en medio del camino".

    se repite la mirada. ella alumbrada por las velas. él oscuro, pero con los ojos reflejando las velas. 
    él entra en la casa-cueva colorida.
    "me ofreces un vasito de água?"
    "claro".
    todo tiene doble sentido. Granada es la ciudad de las fuentes. bajo el signo de la fertilidad. los trés ríos (el Darro, el Genil y el Dílar). las estátuas-ríos que representan el verano-hojas-, la primavera-flores-, el otoño-uvas-. el invierno que no está. es seco y sin representación. una corona de espinos?
    "claro" dice ella. le da el agua. é la toma de una sola vez. le mira y le devuelve el vaso agradeciendo sin palabras.
    "hasta luego". se va.
    "espera". le llena otro vaso.
    "toma". "de adonde eres?" - mientras él bebe. "de lejos". "como te llamas?"."virgulino". ella sonríe. "¿no quieres sentarte mientras hago un té?, virgulino. está frío afuera."

era assim que lívia, minha roomate do teatro chamava diogo.
pq ele parecia uma vírgula. 
    la auséncia, la despedida, la impotencia creadoras de imaginación. 
    sigue solo por las callejuelas oscuras y blancas del Sacromonte. Albayzin.  

ontem revi "sob um céu de lisboa" e em automático me reconectei om o íkaro no rio
quando vimos o doc, moda, em estrada do wenders
e me reconectei com lisboa que quero e insisto em ver aqui
como um desvelamento do olhar.

penso, penso

enquanto o amor, uma chama
se apaga da vela que insistia em carregar, mesmo de dia

o vento, a brisa do mar
insiste em apagar

é tudo pela insistência
eu sou só silêncio.

e me pergunto permanentemente qual o significado da fixação  e do movimento? 

na ediçao da zunái, vou publicar outro artigo llansol
diferente da astro-lábio
mando o link, assim que.

sinto saudade de mim.
onde estive?
nas cidades.

perder-se, só o solitário se perde
na errância de descobrir uma cidade,
era uma das passagens do filme.

bez
.

cheguei agora em barcelona. mais exatamente cerdanyola.
3 graus mais umidade. jogo do sevilla na televisao.
o apujarra nevado. o aviao dando a volta nele.
por do sol. lua nova crescente.
fiquei imaginando um turner pintando da janela vendo a asa e as nuvens.
enfim. tomo um banho e escrevo com calma excitada. a ver...
voltando com elomar na cabeca. depois de tanta musica russa... as areias de ouro.
beijos enormes.




ainda tem o herberto helder os passos em volta
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mostrar detalhes 21/12/09
alguém já viu la "dans la ville blanche" do alain tanner? lindo.
epistolar. por entre lisboa. com o bruno ganz. memórias em super 8.

sim. sobreimpressão. esse tempo o pasolini chama de alegórico - a la benjamin. um tempo não histórico, mas de camadas sobrepostas (crônica e história ao mesmo tempo). por isso o lance de fazer cinema com carbono 14. o Francesco, esse de que falei, faz algo nesse sentido. dá pra sentir uma simultaneidade de cotidianos no filme dele. tem o tempo meu em granada. tem o tempo das ruas de granada. um no outro formando um encontro. e tem o terremoto que chegou de leve no sul da espanha - e que em portugal se diz "terramoto" (o que é sensacional). enfim.




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mostrar detalhes 21/12/09
achei no site que o ícaro mandou. lindo demais.
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mostrar detalhes 22/12/09
http://www.youtube.com/watch?v=BFE3140Lhw0
buenos días.
queria mandar outra do surman, a que escuto agora - road to saint ives.
bisous.
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